Ao comentar a resolução antes da votação, o representante permanente da Jordânia na ONU, Mahmoud Al Hmoud, defendeu a necessidade de um "cessar-fogo imediato" (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 18h06.
Última atualização em 27 de outubro de 2023 às 18h30.
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira, 27, resolução sobre a guerra entre Israel e o grupo Hamas proposta pela Jordânia e com o apoio de mais 47 países. Depois de dois dias de sessão especial de emergência, com discursos inflamados dos dois lados, o texto recebeu 120 votos a favor, 14 contrários e 45 abstenções.
A resolução aprovada reafirma o direito internacional humanitário e apela a uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada, e que conduza à cessação das hostilidades. O texto menciona ainda "profunda preocupação" com a escalada de violência no Oriente Médio e condena "todos os atos de violência contra civis palestinos e israelenses".
Ao comentar a resolução antes da votação, o representante permanente da Jordânia na ONU, Mahmoud Al Hmoud, defendeu a necessidade de um "cessar-fogo imediato" e a necessidade de se criar um caminho para soluções diplomáticas no Oriente Médio. "Não é apenas nossa responsabilidade, mas uma profunda obrigação moral ao defender a causa", disse.
Já a emenda sugerida pelo Canadá e que mencionava o Hamas, contudo, não foi aprovada. O texto recebeu 88 votos a favor, 55 contra e 23 abstenções.
Em geral, basta a maioria simples para a aprovação na Assembleia Geral. No entanto, quando o tema é sobre paz e segurança, como é o caso da resolução debatida nesta sexta, são necessários dois terços dos votos presentes.
Mais cedo, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas Greenfield, criticou o texto e disse que a resolução é "profundamente falha" ao não mencionar Hamas e os reféns. Os EUA copatrocinaram a emenda sugerida pelo Canadá.
O Brasil votou a favor dos dois textos apreciados na Assembleia-Geral. O embaixador brasileiro, Sérgio Danese, reforçou o coro de cobrança para que a ONU por meio de seus diferentes órgãos se posicione frente ao "doloroso conflito" no Oriente Médio, que se arrasta desde o dia 7 de outubro, ao discursar, nesta sexta-feira.
"A nossa resposta coletiva a esta crise, que todos tememos que só se agrave se nada for feito, será um momento divisor de águas para a ONU", disse Danese, durante sessão especial de emergência da Assembleia Geral da ONU. "Será um testemunho da eficácia do multilateralismo ou do seu maior enfraquecimento", acrescentou.
De acordo com ele, tanto a Assembleia Geral quanto o Conselho de Segurança devem agir de forma decisiva frente à crise no Oriente Médio. "O mundo está nos observando. E isso não é retórica. O mundo está realmente nos observando e espera uma resposta eficaz", afirmou o embaixador brasileiro.