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Assembleia Geral da OEA quer concluir acordo sobre Venezuela

Caso da Venezuela desatou intensos debates entre a delegação do país e vizinhos críticos ao governo de Nicolás Maduro

Luis Almagro, secretário da OEA: crise política na Venezuela dominou as reuniões da OEA realizadas no balneário mexicano de Cancún (Carlos Jasso/Reuters)

Luis Almagro, secretário da OEA: crise política na Venezuela dominou as reuniões da OEA realizadas no balneário mexicano de Cancún (Carlos Jasso/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de junho de 2017 às 11h51.

Os trabalhos da 47ª Assembleia Geral da Organização de Estados Americanos (OEA) serão concluídos nesta quarta-feira no balneário mexicano de Cancún, com uma tentativa de acelerar um acordo e a votação de uma resolução sobre a crise política na Venezuela.

O caso da Venezuela desatou intensos debates entre a delegação do país e vizinhos críticos ao governo de Nicolás Maduro, que, em abril, ordenou a saída do país da OEA, um processo que será concretizado em dois anos.

Na véspera, o subsecretário de Estado americano John J. Sullivan reivindicou que a OEA dê um passo modesto na adoção de uma resolução sobre a crise na Venezuela.

Diante disso foi advertido por Caracas que nem mesmo uma invasão militar poderá impor uma resolução da OEA ao país.

Sullivan defendeu uma iniciativa promovida pelo México e que busca criar um "grupo de contato" para acompanhar um diálogo na Venezuela, onde os protestos contra o governo Nicolás Maduro se arrastam desde 1º de abril. Até agora, o número de mortos chega a 74.

A ministra venezuelana das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, que interveio algumas vezes para rebater alusões diretas à crise política em seu país, reiterou que Caracas desconhecerá qualquer resolução da OEA.

O americano resumiu a resposta da chanceler em três palavras: "Distrações, distorções e irrelevâncias".

Delcy também se voltou contra os países críticos de Caracas, chamando-os de "tipo de cachorrinhos simpáticos ao império".

No início dos trabalhos da Assembleia, o ministro peruano das Relações Exteriores, Ricardo Luna, foi o primeiro a se referir à espinhosa questão da Venezuela.

Luna pediu ao governo de Nicolás Maduro que recue em sua convocação de uma Assembleia Constituinte, porque, com isso, estaria "criando um poder paralelo aos estabelecidos" pela Constituição bolivariana. Também reivindicou a libertação de presos políticos, que se ponha fim à repressão das manifestações, que se estabeleça um calendário eleitoral e que atenda à crise humanitária no país.

Outras nações, como Canadá, Chile, Argentina, Guatemala, Costa Rica, Colômbia e Honduras aderiram ao coro a favor da resolução.

A crise política na Venezuela dominou as reuniões da OEA realizadas no balneário mexicano de Cancún, mas a tentativa dos chanceleres de aprovar uma resolução sobre a crise fracassou.

Os ministros não conseguiram reunir os 23 votos necessários nessa sessão entre as 34 delegações, mas ainda não se descarta que possam levar o texto para a Assembleia Geral. Lá as votações são por maioria simples de 18 votos.

O projeto pede ao presidente venezuelano que reconsidere a convocação de uma Assembleia Constituinte, garanta o respeito aos direitos humanos e dialogue com a oposição.

A sessão plenária de chanceleres e de chefes de delegação continua nesta quarta e, uma vez esgotados os temas a discutir, será possível saber quais resoluções serão submetidas à votação.

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