Delcy Rodríguez: "Não esperem que vamos esperar semanas, meses, anos... não. A partir de amanhã começamos a agir" (Carlos Jasso/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 16h27.
Caracas - A governista Delcy Rodríguez, eleita presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, convocou nesta sexta-feira a primeira sessão do poder "plenipotenciário" que será realizada amanhã para iniciar o processo que reformará a Constituição e reordenará o Estado.
Rodríguez mandou notificar todos os poderes públicos do país da instalação dos mais de 500 constituintes eleitos há menos de uma semana, que na sua primeira sessão atuarão em nome do poder "originário do povo da Venezuela", segundo indicou no seu discurso de instalação.
"Não esperem que vamos esperar semanas, meses, anos... não. A partir de amanhã começamos a agir nesta Assembleia Nacional Constituinte (...) e os que fazem guerra psicológica contra o povo responderão à Justiça", disse.
No Salão Elíptico do Palácio Legislativo venezuelano, a presidenta da Assembleia Nacional Constituinte declarou aos demais representantes que o objetivo deste processo, que pode demorar um ano, é "apartar" os impedimentos da atual Carta Magna vigente.
"Viemos aqui não para destruir a nossa Constituição. Viemos apartar do caminho todos os obstáculos, todas as arbitrariedades ditatoriais que nos impediram de exercer a validade material da nossa Constituição", destacou.
Em sua opinião, o presidente Nicolás Maduro "se tornou gigante hoje, cresceu sobre si mesmo e entregou o poder ao povo", com a invocação do máximo poder constitucional que deu um poder quase ilimitado ao setor do chavismo que governa o país.
Rodríguez afirmou também no seu discurso, transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão, que esta Constituinte conseguiu "romper a fase mais obscura da ditadura".
Além disso, salientou que esta Constituinte estende "a mão firme" para o diálogo nacional, ao mesmo tempo em que assegurou que neste novo foro, formado apenas por chavistas, "não há exclusão" e apontou que "a mensagem de exclusão é da direita apátrida".
Neste sentido, acusou a oposição de espalhar ideias falsas sobre o que acontece no país e garantiu: "Na Venezuela não há fome, na Venezuela há vontade (...) aqui não há crise humanitária, aqui há amor".