Marine Le Pen: há dois anos, ela postou três imagens de execuções praticadas pelo EI no Twitter (Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 8 de novembro de 2017 às 13h05.
Última atualização em 8 de novembro de 2017 às 15h19.
Paris — A mesa da Assembleia Nacional da França decidiu nesta quarta-feira retirar a imunidade da deputada de extrema direita Marine Le Pen por divulgar fotos de execuções praticadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) nas redes sociais, informaram fontes parlamentares à Agência Efe.
O pedido para suspender a imunidade parlamentar da líder da Frente Nacional (FN) foi feito pela juíza que investiga a divulgação de imagens violentas, em dezembro de 2015, configura um crime.
Há dois anos, ela postou três imagens de execuções praticadas pelo EI no Twitter como resposta a um jornalista que tinha comparado o seu partido com o grupo terrorista.
"Isso é EI", afirmou na mensagem, antes de apagar uma das três fotos, a da decapitação do jornalista americano James Foley, a pedido da sua família. Continuaram no ar a de um homem embaixo de um tanque e a de um prisioneiro em chamas dentro da jaula, imagens de propaganda lançada pelo EI.
A divulgação de "mensagens de caráter violento, que incitem o terrorismo" ou "atentem contra a dignidade humana" é condenada na França com até três anos de prisão e muita de 75 mil euros. As fontes parlamentares indicaram que a mesa da Câmara afirmou ser "sério, legal e sincero" o pedido da Justiça de suspender a imunidade da deputada, mas não deram detalhes sobre o assunto.
Com esta decisão, a líder ultradireitista poderá ser convocada pela juíza de Nanterre, nos arredores de Paris, que instrui a investigação.
A mesa da Câmara já tinha suspendido em setembro a imunidade do também deputado de extrema direita Gilbert Collard, investigado pela mesma causa.
O parlamentar, um conhecido advogado da França, anunciou um recurso contra a decisão e disse que apresentaria uma denúncia contra o presidente da Assembleia, François de Rugy.
Depois de ser eleita deputada, Marine deixou a sua cadeira no Parlamento Europeu, instituição que em março também retirou a imunidade dela na investigação por uso irregular de assistentes parlamentares.
Ela tinha se respaldado nessa imunidade para não comparecer às convocações da Justiça francesa que investiga esse caso durante a última campanha eleitoral das eleições presidenciais e legislativas.