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Assassino de jovem negro inocentado gera indignação nos EUA

Júri entendeu que George Zimmerman não foi o culpado pela morte a tiros de Trayvon Martin na Flórida, em 2012

Durante julgamento de George Zimmerman, audiência rezou em memória de Trayvon Martin (Keith Bedford/Reuters)

Durante julgamento de George Zimmerman, audiência rezou em memória de Trayvon Martin (Keith Bedford/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2013 às 15h58.

SANFORD - Inocentado por um júri na Flórida, George Zimmerman se viu livre da acusação criminal de matar a tiros o adolescente negro desarmado Trayvon Martin, mas ainda está sob o fogo dos líderes dos direitos civis e críticos que ficaram consternados com o veredicto.

As seis mulheres do júri, que deliberaram durante 16 horas ao longo de dois dias, decidiram na noite de sábado que Zimmerman não é culpado da acusação de assassinato em segundo grau e de homicídio culposo, um caso que polarizou os norte-americanos.

Debates sobre discriminação racial, armas, leis de defesa pessoal e igualdade de justiça, que surgiram depois do acontecimento em 2012, continuavam na manhã seguinte ao veredicto.

"Continuo estupefato com a decisão", disse à emissora CNN um líder dos direitos civis Jesse Jackson neste domingo. "O Departamento de Justiça (dos EUA) precisa intervir para levar isso para outro nível." O presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor, Benjamin Jealous, afirmou neste domingo que ele havia falado com autoridades da Justiça sobre fazer acusações federais de direitos civis contra Zimmerman.

"Quando você olha para os comentários feitos por jovens negros que viviam naquele bairro, sobre como se sentiam especialmente visados por (Zimmerman), há motivos para pensar que a raça foi o motivo pelo qual ele alvejou o jovem Trayvon", disse Jealous à CNN.

Os jurados ficaram isolados durante as três semanas de depoimentos e permaneceram anônimos por ordem judicial. Eles se recusaram a falar com jornalistas depois da decisão.

Os advogados de defesa argumentaram que Martin, de 17 anos, atacou Zimmerman na noite de 26 de fevereiro de 2012, em um condomínio fechado em Sanford, na Flórida. Os promotores tinham que provar que Zimmerman cometeu um crime ao perseguir Martin e que ele não agiu em legítima defesa.

O tribunal liberou Zimmerman de portar um aparelho de monitoramento eletrônico que vinha usando durante a liberdade condicional. Zimmerman, que tinha recebido ameaças de morte, agora enfrenta a possibilidade de um processo civil por homicídio culposo pela família de Martin.

O drama tenso que foi crescendo ao longo dos 16 meses terminou tarde da noite com a leitura do veredicto, quando um funcionário do tribunal disse "inocente".

Zimmerman, de 29 anos, não demonstrou emoção num primeiro momento, porém, mais tarde, abriu um sorriso depois de se sentar.

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