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"Assassinato" de militar "mostrou a cara" de Maduro, dizem EUA

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, prometeu apoio "inabalável" a Juan Guaidó, líder opositor venezuelano e autoproclamado presidente

Venezuela: manifestante segura cartaz com nome do militar Rafael Acosta Arévalo, preso por supostamente tramar um golpe de Estado contra Maduro e que saiu da prisão com sinais de tortura, e morreu dias depois (AFP/AFP Photo)

Venezuela: manifestante segura cartaz com nome do militar Rafael Acosta Arévalo, preso por supostamente tramar um golpe de Estado contra Maduro e que saiu da prisão com sinais de tortura, e morreu dias depois (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 2 de julho de 2019 às 17h50.

O recente "assassinato" de um militar de alta patente detido em Caracas, suposta vítima de torturas, "mostra a cara do regime ilegítimo de Maduro", afirmou nesta terça-feira (2) o encarregado de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, Jimmy Story, que não crê que os jovens militares presos por sua morte sejam os únicos responsáveis.

"Dois jovens da DGCIM (Direção de contra-inteligência militar venezuelana) tomaram com suas próprias mãos a decisão? Eu duvido muito", disse Story aos jornalistas por audioconferência concedida em Washington. "Todos os envolvidos na cadeia são responsáveis pelo que aconteceu. É interessante que (o governo) sempre que há um erro" culpa "os próprios membros de suas forças armadas", acrescentou.

Em meio à repercussão do caso, o secretário de Estado, Mike Pompeo, prometeu nesta terça apoio "inabalável" a Juan Guaidó, líder opositor venezuelano e autoproclamado presidente interino, em um momento em que o político sul-americano organiza um novo protesto visando a saída de Maduro.

Pompeo expressou "o apoio inabalável dos Estados Unidos a Guaidó, à Assembleia Nacional e ao povo venezuelano em sua tentativa de recuperar a liberdade e a prosperidade", segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.

Pompeo conversou por telefone com Guaidó, que é reconhecido como presidente interino pelos EUA e mais de 50 países, a três dias da celebração da independência da Venezuela (5 de julho), data escolhida pelo líder da oposição para uma nova manifestação.

Por conta da morte de Arévalo, Guaidó afirmou nesta terça que, no momento, não há previsão de novas rodadas de negociações com representantes de Maduro, cujo governo classificou de "ditadura assassina", responsabilizando-o pelo falecimento do capitão de corveta, que estava detido por suposto envolvimento em um plano para assassinar Maduro. Se houver "uma nova rodada" que facilite "o fim da usurpação (do poder), vamos comunicá-la oficialmente", declarou Guaidó.

Pouco depois das declarações do autoproclamado presidente interino, o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, disse que o governo de Maduro está "esperando que a oposição esteja pronta para retomar as reuniões na Noruega", país que faz a mediação em busca de uma saída pacífica para a crise da Venezuela.

O oficial morto estava na lista dos 13 presos divulgada na quinta-feira pelo ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, principal representante de Maduro nas mediações em Oslo, capital norueguesa.

Nesse mesmo dia, o presidente venezuelano afirmou que o diálogo em Oslo "vai continuar", apesar da morte do oficial, que resultou na detenção de dois dos militares responsáveis pela custódia do capitão de corveta.

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