Mundo

Assange: Reino Unido diz que não vai facilitar salvo-conduto

O premiê garantiu que as conversas com o governo do Equador e outros países continuam, para que se chegue a "uma solução diplomática" ao caso


	Julian Assange, fundador do WikiLeaks, na capa da revista Time: Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010 por ordem da promotoria sueca
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, na capa da revista Time: Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010 por ordem da promotoria sueca (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 14h45.

Londres - O governo britânico insistiu nesta segunda-feira que não vai conceder um salvo-conduto para Julian Assange viajar ao Equador, e garantiu a tentativa de uma solução diplomática para o conflito.

"De acordo com nossas leis, ao se esgotarem todas as opções de apelação, somos obrigados a extraditá-lo à Suécia. É nossa intenção cumprir essa obrigação", disse o porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, em nota oficial.

O premiê garantiu que as conversas com o governo do Equador e outros países continuam, para que se chegue a "uma solução diplomática" ao caso.

O Reino Unido não mudou sua postura em relação ao ativista australiano, e segue decidido a enviá-lo para a Suécia, como é sua "obrigação legal". Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores reforçou hoje à Agência Efe que o Executivo continua empenhado em uma "resolução amigável" com o Equador para resolver uma situação que prejudicou as relações entre os dois países.

Assange, de 41 anos, está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho, quando pediu proteção ao presidente Rafael Correa.

O ativista é acusado por duas mulheres de agressões sexuais na Suécia. Assange sempre negou os supostos crimes e quer evitar sua extradição para o país nórdico, autorizada pela justiça britânica.

Assange acredita que o governo sueco poderá extraditá-lo para os EUA, país mais afetado pelo Wikileaks, e teme que possa ser condenado à pena de morte.


Em seu primeiro pronunciamento público, no domingo, na varanda da embaixada do Equador, o australiano pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que "renuncie à caça as bruxas" contra seu portal.

O advogado do ativista, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, disse ontem que seu cliente exige "garantias mínimas" para responder perante as autoridades suecas, e pede que o Reino Unido lhe conceda um salvo-conduto.

O Ministério das Relações Exteriores britânico disse que essas "garantias" relativas aos direitos humanos do australiano, pelas quais o Equador expressou preocupação, já estão contempladas na legislação.

Em comunicado emitido na semana passada, o governo britânico afirmou que não aceita o princípio do "asilo diplomático" e lamentou que "inclusive no caso desses países que o reconhecem, este não deveria ser usado com o propósito de fugir dos processos regulares dos tribunais".

Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010 por ordem da promotoria sueca, e sua extradição para o país escandinavo foi decidida por três tribunais britânicos, inclusive o Supremo.

A União das Nações Sul-americanas (Unasul) se uniu neste domingo à Aliança Bolivariana das Américas (Alba) para dar respaldo ao Equador.

A união é uma resposta à suposta "ameaça" que o governo de Quito diz ter recebido por parte do Reino Unido de invasão da sua embaixada em Londres para prender Assange. 

Acompanhe tudo sobre:EuropaJulian AssangePaíses ricosPersonalidadesReino UnidoWikiLeaks

Mais de Mundo

Após pagers, Israel faz bombardeio e mata comandante do Hezbollah em Beirute

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China