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Assange acusa primeiro-ministro britânico de "difamação"

Na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro no parlamento, Cameron indicou que o ativista "era requerido para enfrentar um julgamento" na Suécia.


	Julian Assange: O jornalista acusou o chefe do Executivo britânico de "caluniá-lo".
 (Peter Nicholls / Reuters)

Julian Assange: O jornalista acusou o chefe do Executivo britânico de "caluniá-lo". (Peter Nicholls / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 15h19.

Londres - O fundador do Wikileaks, Julian Assange, acusou nesta quarta-feira o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de "difamá-lo" por ter dito que é requerido na Suécia para "ser julgado".

Na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro no parlamento, Cameron indicou hoje que o ativista "era requerido para enfrentar um julgamento" na Suécia, o que foi desmentido por Assange.

O jornalista australiano está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, após passar dois anos em prisão domiciliar, para evitar sua extradição à Suécia, que lhe quer interrogar por delitos sexuais que ele nega e pelos quais não foi acusado formalmente.

O líder tory opinou que Assange deveria abandonar a embaixada equatoriana e "enfrentar a ordem de detenção que existe contra ele".

Em comunicado emitido pela portal Wikileaks, o mesmo que divulgou documentos confidenciais dos Estados Unidos, Assange esclareceu que a afirmação de Cameron é "falsa" e ressaltou que "nem sequer" foi "acusado formalmente de nenhum crime".

O jornalista acusou o chefe do Executivo britânico de "caluniá-lo, amparando-se na "impunidade legal do parlamento".

"Óbvio que é absurdo que alguém possa ser extraditado sob tais circunstâncias e é por isso que o parlamento britânico proibiu essa prática em 2014", declarou Assange.

No último dia 5, o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU pediu a Reino Unido e Suécia que pusessem fim à "privação de liberdade" do jornalista australiano.

Em mensagem da varanda da embaixada equatoriana em Londres, Assange instou então os governos sueco e britânico a respeitar esse veredicto "vinculativo".

Assange foi detido em Londres em 7 de dezembro de 2010 a pedido da Suécia, que lhe reivindica por delitos sexuais dos quais não foi acusado, embora só um dos quatro iniciais siga vigente.

O fundador do Wikileaks nega esses fatos, pelos quais não foi interrogado, e se recusa a se entregar, pois acredita que a Suécia lhe extraditaria aos Estados Unidos, onde enfrentaria um julgamento militar e uma eventual condenação à pena de morte pelas revelações de seu portal.

Após perder a batalha legal no Reino Unido, Assange se refugiou em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador, país que lhe concedeu asilo, mas Londres rejeitou dar-lhe um salvo-conduto diplomático para ir a Quito e a polícia britânica lhe vigia para detê-lo assim que botar um pé na rua. EFE

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