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Assad enfrenta crise na Síria; manifestantes queimam edifícios

Presidente sírio, Bashar al-Assad, enfrenta sua maior crise nos 11 anos em que está no poder

Síria: houve uma série de condenações internacionais quanto aos disparos contra manifestantes (David Silverman/Getty Images)

Síria: houve uma série de condenações internacionais quanto aos disparos contra manifestantes (David Silverman/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2012 às 17h59.

Damasco - Durante o funeral de um sírio morto em protestos contra o governo, milhares de pessoas queimaram neste sábado um edifício do Partido Baath, da situação, e uma delegacia de polícia, enquanto autoridades libertaram 260 prisioneiros em uma tentativa de apaziguar os reformistas.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, enfrenta sua maior crise nos 11 anos em que está no poder, após forças de segurança terem disparado tiros contra manifestantes na sexta-feira, aumentando o número de vítimas dos confrontos, que grupos de defesa dos direitos humanos estimam estar em dezenas.

Mesquitas em Deraa anunciaram os nomes dos "mártires" cujos funerais seriam realizados na cidade e, neste sábado, centenas se juntaram na praça central para gritar por liberdade.

Três jovens sem camisa subiram nos escombros de uma estátua do falecido presidente Hafez al-Assad, derrubada pelos manifestantes na sexta-feira, em uma cena que lembrou a queda da estátua de Saddam Hussein, no Iraque, em 2003, por tropas norte-americanas.

Uma testemunha afirmou que eles tinham cartazes com as inscrições "as pessoas querem a queda do regime", um refrão ouvido em revoltas em todo o mundo árabe, na Tunísia, passando pelo Egito e pelo Iêmen.

Em Tafas, os participantes da procissão de funeral de Kamal Baradan, que foi morto na sexta-feira em Deraa, atearam fogo ao edifício do Partido Baath e a uma delegacia de polícia, disseram moradores.

Um jurista especialista em direitos humanos disse neste sábado que 260 prisioneiros, a maioria islamitas, foram soltos após completarem pelo menos três quartos de suas sentenças.

Dezenas de pessoas foram mortas na última semana em Deraa, no sul, disseram autoridades médicas. Houve relatos de mais de 20 mortes na sexta.


Tais manifestações eram impensáveis até dois meses atrás no mais autoritário dos países árabes.

Mas as revoltas começaram depois que a polícia prendeu mais de uma dezena de estudantes por fazerem pichações inspiradas por slogans utilizados em outras manifestações pró-democracia em países árabes.

A Anistia Internacional calculou o número de mortos em Deraa na semana passada em pelo menos 55. As lojas reabriram neste sábado, e forças de segurança não podiam ser vistas nas ruas.

Houve uma série de condenações internacionais quanto aos disparos contra manifestantes.

Mas analistas disseram que as nações estrangeiras devem ser mais cuidadosas em relação à Síria, que tem uma estreita aliança com o Irã e é ligada ao grupo militante palestino Hamas e ao grupo político e militar libanês Hizbollah.

Fazendo fronteira com Israel, Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia, a Síria e seus 22 milhões de habitantes estão situados no coração da área de conflitos do Oriente Médio.
 

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