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Assad afirma que tropas de EUA e Turquia na Síria são "invasoras"

Assad também disse que a promessa do presidente americano Donald Trump de combater o EI ainda não se refletiu em ações concretas

Assad: "As tropas estrangeiras que vêm à Síria sem convite, consulta ou permissão, são invasoras" (AFP/Reprodução)

Assad: "As tropas estrangeiras que vêm à Síria sem convite, consulta ou permissão, são invasoras" (AFP/Reprodução)

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EFE

Publicado em 11 de março de 2017 às 12h09.

Cairo -- O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou em entrevista publicada neste sábado que as tropas dos Estados Unidos e da Turquia são "invasoras", pois não pediram permissão para combater os terroristas em território sírio.

"As tropas estrangeiras que vêm à Síria sem convite, consulta ou permissão, são invasoras, sejam americanas, turcas ou qualquer outra", disse Assad em entrevista ao canal chinês "Phoenix TV", reproduzida integralmente pela agência oficial síria "Sana".

O governo americano aprovou esta semana o envio de um contingente de 400 soldados que se somarão a outros 500 que já operam em território sírio em apoio às Forças Democráticas da Síria (FSD), uma milícia liderada por combatentes curdos, em sua campanha contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

As FSD, treinadas e armadas pelos EUA, estabeleceram um cerco à cidade de Al Raqqa, principal reduto do EI na Síria, e também contam com a cobertura aérea dos bombardeios da coalizão internacional.

Na entrevista, Assad também considerou que a promessa do presidente americano Donald Trump de combater o EI ainda não se refletiu em ações concretas.

"Não vimos nada de concreto ainda em relação a esta retórica, o que estamos vendo é um tipo local de incursões. Não se pode lidar com o terrorismo com base local. Deve ser integral, não pode ser parcial ou temporário. Não pode ser do ar, deve ser em cooperação com as tropas em o solo, por isso os russos tiveram sucesso", disse o chefe de Estado sírio.

Assad afirmou que tem "esperanças" de que os EUA considerem não circunscrever sua luta antiterrorista ao EI e que a amplie para outros grupos, entre eles o antigo braço sírio da Al Qaeda (Frente al Nusra), que agora aglutinou uma série de grupos armados sob o nome de Frente da Conquista do Levante.

O presidente sírio assegurou que não existe um canal de comunicação oficial com o governo dos EUA e reiterou que a intervenção americana na Síria ocorreu sem consulta ou permissão, por isso a considera "ilegal".

Sobre o progresso das negociações de paz, Assad afirmou que a última reunião em Genebra, na Suíça, supôs "um passo", já que serviu para discutir a agenda dos pontos que serão tratados em futuros encontros.

No entanto, o líder sírio acredita que ainda falta um "longo caminho" para realizar o processo de negociação e afirmou que podem acontecer outras rodadas em Genebra e Astana, no Cazaquistão.

Assad reiterou suas queixas à falta de unidade da delegação opositora e afirmou que alguns dos delegados desta defendem os interesses de terroristas e as agendas de países como Arábia Saudita, Turquia, França e Reino Unido, e "possivelmente" dos EUA.

"Para que sejam frutíferas, deveriam ser reais negociações sírias-sírias", disse Assad, que também criticou o mecanismo de diálogo proposto pelo enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, "com a influência de países que queriam usar as negociações para pressionar a Síria, não para conseguir qualquer solução".

A ONU pretende convocar para 23 de março o início de uma nova rodada de negociações de paz sobre a Síria em Genebra.

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