Mundo

Ásia espera um recorde de bebês no ano do dragão

Segundo o horóscopo chinês, crianças que nascem no ano do dragão são sábias e corajosas; superstição faz aumentar o número de nascimentos

O Ano do Dragão no horóscopo chinês começa no dia 23 de janeiro (Reuters)

O Ano do Dragão no horóscopo chinês começa no dia 23 de janeiro (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 17h59.

Cingapura - O vestido preto parece acentuar a forma arredondada do abdômen de Cassandra Cheong que, orgulhosamente, proclama sua condição de ser mãe iminente de um bebê nascido sob o signo do dragão no horóscopo chinês.

Cheong, de 26 anos, leva a filha em seu ventre há 34 semanas e deve dar à luz no dia 23 de janeiro, o início do Ano do Dragão, que ocorre a cada 12 anos no calendário chinês e, tradicionalmente, gera um verdadeiro 'baby boom' em toda a Ásia.

"Estou contente", disse Cheong à AFP depois de um exame médico numa clínica de Cingapura. "Mas minha mãe e familiares de mais idade estão mais excitados do que eu mesma com o bebê do ano do dragão", destacou.

O ano do dragão é considerado o mais promissor do almanaque porque é a única criatura mítica entre os doze animais representados anualmente no ciclo cósmico chinês.

Os chineses mais supersticiosos acreditam que as crianças que nascem no ano do dragão - o símbolo dos antigos imperadores - terão coragem e sabedoria, e além disso trarão sorte para toda a família.

Os médicos acham que os casais interessadao num 'bebê do ano do dragão' terão que concebê-lo, no máximo, até o dia 2 de maio, para que possa nascer no final do ano do dragão, no dia 9 de fevereiro de 2013.

Na China, a agência de notícias Xinhua anunciou, em dezembro, que o país esperava um aumento de 5% no volume de nascimentos. Apesar da política oficial de um filho por casal, a população da China já chega a 1 bilhão e 300 milhões de pessoas.

"Haverá promoções como: venha ter seu bebê deste ano especial num hospital especial", disse à AFP o médico Massoud Afnan, obstetra e chefe da ginecologia do centro privado Família Unida, em Pequim.


Em Hong Kong, onde mulheres da China continental vão buscar dar à luz - como forma de adquirir direitos a uma educação nesse território semi-autônomo e, ao mesmo tempo, tapear a política de apenas um filho -, já estão sendo providenciadas medidas para conter o fenômeno.

As autoridades de saúde de Hong Kong limitaram a 4.300 os partos em hospitais públicos para mulheres que moram lá ou vindas do continente. Nos hospitais privados, o limite foi estabelecido em 31.000.

"O interesse das autoridades de saúde é assegurar que os moradores de Hong Kong tenham serviços adequados de obstetrícia, assim como a prioridade no uso desses serviços", disse um porta-voz da Autoridade Hospitalar.

No último ano do dragão, em 2000, foram registrados 54.134 nascimentos em Hong Kong, um aumento de 5,6% em relação ao ano anterior, como mostraram os números oficiais.

Para países como Cingapura, com taxa declinante de fertilidade, o ano do dragão traz uma esperança.

"Vai ajudar temporariamente", disse Shirley Sun, professor de sociologia da Universidade Tecnológica de Nanyang.

"Mas, para que a taxa de fertilidade total de Cingapura cresça a longo prazo, será necessário um esforço estrutural de longo prazo, não apenas o ciclo do calendário chinês", acrescentou.

Os números históricos mostram aumentos de 10% no nível nacional de nascimentos durante os dois últimos anos do dragão, em 1988 e 2000.

Mas, embora 2012 se beneficie dos bons ventos trazidos pelo ano do dragão, mestres do fengshui coincidem em prever um caminho difícil por causa da economia global, em meio a crises na zona europeia e desastres naturais.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaReligião

Mais de Mundo

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês

Alemanha prepara lista de bunkers e abrigos diante do aumento das tensões com a Rússia

Relatório da Oxfam diz que 80% das mulheres na América Latina sofreram violência de gênero

Xi Jinping conclui agenda na América do Sul com foco em cooperação e parcerias estratégicas