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Às vésperas de se reunir com Trump em Washington, Macron conversa com Zelensky sobre guerra

Ao longo da semana, os presidentes dos EUA e da Ucrânia trocaram críticas mútuas de forma pública

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 07h09.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 07h13.

O presidente da França, Emmanuel Macron, conversou na quinta-feira, 20, por telefone com o chefe do governo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visando a reunião que terá na próxima semana, em Washington, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Nós repassamos o que eu tenho falado recentemente com os parceiros europeus e nossos aliados que querem trabalhar por uma paz duradoura e sólida na Ucrânia e fortalecer a segurança na Europa”, escreveu Macron na rede social X (ex-Twitter), lembrando que essa foi a quarta conversa que ele teve com Zelensky em uma semana.

Macron também disse que o diálogo com Zelensky serviu para se preparar para o encontro na próxima semana com Trump, no qual estarão em pauta soluções para o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Apoio à Ucrânia

Também na quinta-feira, Macron, sinalizou apoio para o envio de forças de paz à Ucrânia, “dentro de um marco planejado”, uma vez negociada a paz no país. “Não excluímos, dentro de um marco planejado com nossos aliados, poder contar com forças que, uma vez negociada a paz, possam contribuir para garantir a segurança na Ucrânia”, afirmou Macron em conversa com internautas.

O presidente francês, no entanto, descartou o envio de militares para a frente de guerra na Ucrânia e esclareceu que a França nunca foi a favor da escalada”, como demonstrou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que “sacrificou gerações de ucranianos e russos”.

O presidente francês disse que, “quando for a Washington, em alguns dias”, dirá ao presidente dos EUA, Donald Trump, que ele “não pode ser fraco” com Putin.

“O interesse estratégico dele é o mesmo que o nosso (...) Vou dizer a ele que essa não é a marca registrada (de Trump). Como você vai ter credibilidade com a China se for fraco com a Rússia?”, questionou.

Macron afirmou que dirá a Trump que uma atitude pusilânime em relação a Putin também abrirá a porta para que o Irã - aliado da Rússia - desenvolva suas capacidades atômicas e também poderá colocar em risco a soberania de Taiwan, cobiçada pela China.

Resposta às críticas de Trump

O presidente francês rebateu as acusações de Trump sobre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a quem chamou de “ditador” por permanecer no poder sem realizar novas eleições em 2024.

Macron afirmou que Zelensky é “um presidente legítimo” e esclareceu que as eleições não podem ser realizadas “em um país com 1.000 mortes por dia” em ambos os lados por causa do conflito.

“Queremos paz, não capitulação”, reiterou o presidente francês, no momento em que Washington e Moscou começam a estabelecer as bases para negociações de paz na Ucrânia, com Kiev em segundo plano e a UE praticamente fora da mesa.

Macron reconheceu que as últimas ações dos EUA, como o início de conversas bilaterais com a Rússia ou os comentários preocupantes dos americanos, “perturbaram os europeus”.

O presidente francês organizou duas reuniões com países europeus, membros da UE e da Otan, assim como com o Canadá, na segunda e na quarta-feira, a fim de discutir uma posição comum.

“Uma conclusão é que nós, europeus, devemos aumentar nossos gastos com defesa para sermos independentes”, resumiu.

Mas ele também insistiu que tais investimentos devem ser feitos para desenvolver “capacidades de defesa comuns” e exigiu que os demais parceiros do continente gastem mais e o façam com equipamentos europeus, não americanos.

“Quando compramos equipamentos americanos, não aumentamos nossa autonomia, porque eles detêm a chave para esses equipamentos”, afirmou. UE, Alemanha e Polônia gastaram bilhões de euros em equipamentos americanos desde 2022.

Ele descartou, por enquanto, “um exército europeu” por falta de consenso, embora tenha reconhecido que esse “poderia ser o objetivo final”.

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