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As rotas da ajuda humanitária até chegar a Gaza

Comunidade internacional busca alternativas para enviar ajuda para a região arrasada pela guerra

A maior parte da ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza chega pelo Egito e passa por uma revista meticulosa de autoridades israelenses antes de ingressar no território palestino (Chloe ROUVEYROLLES-BAZIRE/AFP Photo)

A maior parte da ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza chega pelo Egito e passa por uma revista meticulosa de autoridades israelenses antes de ingressar no território palestino (Chloe ROUVEYROLLES-BAZIRE/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de março de 2024 às 19h58.

A maior parte da ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza chega pelo Egito e passa por uma revista meticulosa de autoridades israelenses antes de ingressar no território palestino.

A comunidade internacional considera a ajuda enviada dessa forma insuficiente e busca diversificar as rotas de entrada com lançamentos aéreos e um corredor marítimo a partir de Chipre. Israel também autorizou a entrada de seis caminhões no norte de Gaza, dentro de um "projeto-piloto".

Chegada pelo Egito e inspeção

A ajuda costuma chegar ao Egito pelos portos de Port Said ou Al-Arish. Este último é mais próximo da Faixa de Gaza, porém menor, o que faz com que fique sobrecarregado rapidamente, apontam ONGs.

A ajuda passa por uma revista das autoridades israelenses, que controlam meticulosamente tudo o que entra no território desde o começo do conflito entre Israel e o Hamas. O principal ponto de inspeção fica em Kerem Shalom, no sudeste da Faixa de Gaza, e outro fica em Nitzana, localidade israelense a cerca de 50 quilômetros de Kerem Shalom.

Entrada ao sul da Faixa de Gaza

Antes de serem revistados, os caminhões, cuja maioria ingressa por Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, aguardam por dias em uma zona de trânsito, cuja capacidade, de cerca de 50 lugares, é considerada insuficiente por ONGs.

Os produtos autorizados a entrar após a inspeção são retirados dos caminhões entre o Egito e a Faixa de Gaza e transferidos para veículos dirigidos por palestinos que trabalham para ONGs, para que a ajuda seja distribuída no território.

Segundo as ONGs, o controle de Israel é a principal causa da lentidão do processo. Autoridades israelenses citam a incapacidade das organizações humanitárias de dar conta de toda a ajuda na Faixa de Gaza.

Pouca ajuda para o norte

Salvo em Rafah e Kerem Shalom, no sul, nenhuma outra passagem está aberta. Organizações internacionais e os Estados Unidos pressionam Israel há semanas para abrir passagens para essa parte do território palestino, onde a crise humanitária é maior.

Israel anunciou na madrugada de hoje que seis caminhões de ajuda do Programa Alimentar Mundial entraram diretamente pelo norte, por meio de "um projeto-piloto" do Exército.

A transferência para o norte de Gaza da ajuda procedente do sul é complexa, devido ao ambiente de destruição e aos combates. Na semana passada, o PAM anunciou que uma de suas caravanas foi bloqueada por autoridades de Israel antes de conseguir passar para o norte. Após retornar, foi saqueada por "uma multidão desesperada".

Ar e mar

Devido à ajuda insuficiente, vários países fazem lançamentos aéreos, principalmente no norte. O Marrocos, por sua vez, informou ontem que um carregamento com 40 toneladas de ajuda chegou ao aeroporto de Tel Aviv para ser transferido por terra através de Israel para Kerem Shalom.

A abertura de um corredor marítimo entre Chipre e Gaza facilitou ontem a partida de um primeiro navio com 200 toneladas de mantimentos. Segundo a ONG espanhola Open Arms, proprietária da embarcação, a carga passou por uma revista exaustiva de autoridades israelenses no porto cipriota de Larnaca. Um outro navio carregado de ajuda está pronto para zarpar, mas aguarda para ver como será a primeira entrega, informou hoje o chanceler do Chipre.

No entanto, devido às quantidades reduzidas, ao caráter aleatório e ao perigo de lançamentos aéreos sobre áreas densamente povoadas, essas iniciativas não são consideradas satisfatórias pelas organizações internacionais e pelos habitantes de Gaza.

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