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Dá para confiar? (©AFP / Jim Watson)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h37.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.
A seis meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, os eleitores deverão mostrar se aprovam os quatro anos da administração Obama ou se darão um voto de confiança ao republicano Mitt Romney.
Para uma decisão consciente, nada melhor que conferir se o lema “Yes, we can!” se transformou em “Yes, we did it!”. Afinal, seria Obama do tipo político que não cumpre o que promete?
Para responder a esta pergunta, o site Politifact.com completou pesquisa em que compila mais de 500 promessas que saíram da boca de Obama durante a campanha de 2008.
O saldo é que o primeiro presidente negro dos EUA – e, recentemente, o primeiro "presidente gay" - manteve 36% do que disse que iria fazer. Quatorze por cento das promessas foram oficialmente quebradas. O grosso dos planos de sua administração transita entre esses dois mundos, em categorias que incluem “compromisso” (11%), “em progresso” (27%) ou no que o site apelida de “enrolando” (12%).
Veja a seguir quais as principais realizações de Obama, e em quais casos a palavra dele não foi suficiente para mudar alguma coisa.
Quando assumiu, Obama prometeu que as forças norte-americanas iriam deixar o Iraque em até 18 meses. Demorou dois anos, mas em dezembro de 2011, o presidente anunciou que as últimas tropas de combate haviam deixado o país.
Hoje, permanecem no Iraque apenas tropas que fazem parte das forças de transição.
Embora com um pequeno atraso, a palavra foi cumprida.
Apenas dois dias depois de assumir como presidente, Obama cumpriu uma promessa para sacramentar a distância da sua administração da de George W. Bush. O decreto assinado por ele estabelecia que prisioneiros deveriam "em qualquer circunstância ser tratados humanamente e não serão submetidos à violência à vida e à pessoa (incluindo o assassinato de todos os tipos, mutilação, tratamento cruel e tortura)".
Foi um alívio para associações de direitos humanos, embora a assinatura do presidente não tenha impedido o surgimento de denúncias aqui e ali de tratamentos degradantes de presos e até cadáveres sob a custódia do governo norte-americano.
Pontos para a palavra cumprida de Obama.
Se vai vingar ou não, a reforma da saúde de Barack Obama, uma das principais promessas de campanha, dependerá da Suprema Corte dos Estados Unidos, que deve julgar a constitucionalidade da lei em junho. A decisão poderá ter repercussão para as eleições, já que a lei divide os norte-americanos.
O “Ato de Proteção ao Paciente e Cuidado Acessível”, como é chamada, obriga todos os americanos a terem planos de saúde. O governo oferece subsídios de acordo com a renda, além de um complexo sistema de isenção fiscal. Quem puder pagar, mas escolher não ter plano de saúde será punido com multa.
A questão chave que se coloca é até onde o Estado pode obrigar alguém a ter um seguro de saúde. Independentemente do resultado final, deve-se salientar que Obama cumpriu sua promessa.
Obama afirmou em sua campanha que nenhuma família que ganhasse menos de “US$ 250 mil verá aumento de imposto sob qualquer forma” em seu governo.
Mas desde 2009, quando assumiu, houve algumas exceções que – e isso fica a favor de Obama – não foram nada relevantes. A administração federal aumentou a taxação sobre cigarros e clínicas de bronzeamento artificial. Além disso, em 2014, será cobrada uma multa através do imposto de renda dos americanos que não tiverem plano de saúde, de acordo com o previsto na reforma do presidente.
Enfim, a não ser que o cidadão seja um norte-americano que fume, goste de fazer sessões de bronzeamento artificlal e faça questão de não ter um plano de saúde, não terá sido afetado pelas medidas.
Mas dada as declarações extremamente abrangentes do então candidato, restou ao levantamento considerar a promessa não cumprida.
Na madrugada do dia 2 de maio, uma notícia tomou conta do mundo: Osama Bin Laden, o homem mais procurado pelas autoridades americanas, estava morto. A Casa Branca amanheceu com manifestantes comemorando o feito que havia sido o desejo número um do antecessor de Obama, George W. Bush.
As pesquisas realizadas logo após a divulgação da notícia mostraram um disparo na aprovação do governo Obama, que passou de 47% para 56%, segundo o jornal Washington Post.
Obama se livrou assim da pecha de conduzir com pouca firmeza a política de combate ao terrorismo. Foi até congratulado pela oposição no Congresso.
Desta maneira, o presidente cumpriu o que não havia prometido – que encontraria o homem responsável pela morte de cerca de três mil pessoas nos atentados de 11 de setembro, 10 anos antes.
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