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Cinco eleições decisivas em 2017

Em 2016 as urnas foram totalmente imprevisíveis. Primeiro foi o choque do Brexit, que firmou a saída do Reino Unido da União Europeia. Depois, vimos Donald Trump jogar a credibilidade dos institutos de pesquisa na lama ao vencer uma eleição em que tinha menos de 20% de chances. A paz na Colômbia foi rejeitada pela […]

MERKEL: por que um país não deveria exportar mercadorias nas quais tem uma vantagem comparativa? / Leonhard Foeger/ Reuters

MERKEL: por que um país não deveria exportar mercadorias nas quais tem uma vantagem comparativa? / Leonhard Foeger/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 10h25.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h39.

Em 2016 as urnas foram totalmente imprevisíveis. Primeiro foi o choque do Brexit, que firmou a saída do Reino Unido da União Europeia. Depois, vimos Donald Trump jogar a credibilidade dos institutos de pesquisa na lama ao vencer uma eleição em que tinha menos de 20% de chances. A paz na Colômbia foi rejeitada pela população e teve de ser passada a trator no congresso. Em 2017, eleições importantes podem mudar o destino não só de países, mas de continentes. 

Brasil

Desde que o então presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal em maio, as relações de forças entre os partidos estão em mutação. Foi nesse cenário, sob a presidência interina de Waldir Maranhão (PP-MA) que Rodrigo Maia (DEM-RJ) se elegeu em julho para um mandato que vence no final de janeiro. Maia articula com o Palácio do Planalto uma costura para ficar onde está mesmo que a reeleição, na teoria, não seja possível. Sua reeleição, no momento, é vista como fundamental pelo governo para manter o Congresso sob controle – é desta relação que Michel Temer tem conseguido seus melhores resultados. Em janeiro, os deputados estão em recesso, mas os telefones funcionarão a todo vapor. 

 

França

A França é o lugar onde há mais chances de vermos o eco de Donald Trump reverberar em 2017. Só há uma certeza: um nome novo vai sair das urnas quando os franceses elegerem seu presidente. O atual presidente, François Hollande anunciou que não irá tentar se reeleger. As eleições gerais acontecem no dia 23 de abril e terão como grande incógnita o poder de fogo de Marine Le Pen, a candidata do Frente Nacional, partido de ultradireita. Ela defende leis migratórias mais rígidas, amplo combate ao terrorismo e até uma versão francesa da saída da União Europeia, o Frexit. As pesquisas apontam para algo em torno de 30% dos votos para Le Pen.

O favorito é o candidato do Partido Republicano François Fillon, um ex-primeiro ministro que derrotou o ex-presidente Nicolas Sarkozy nas primárias do partido. Os analistas políticos descrevem Fillon como um partidário da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher com uma queda pela Rússia e seu presidente, Vladimir Putin. O Partido Socialista deve ter o primeiro ministro Manuel Valls, que renunciou ao cargo para conseguir se candidatar às primárias do partido, que acontecem dia 22 de janeiro. 

 

Holanda

Vem aí o “Nexit”? Esse pode ser o movimento que tenta tirar a Holanda da União Europeia e que pode ganhar força a depender de quem seja alçado ao posto de primeiro ministro nas eleições holandesas que acontecem no dia 15 de março. O candidato populista de extrema-direita Geert Wilders, do Partido pela Liberdade (PVV), que tem laços estreitos com a francesa Marine Le Pen, promete seguir os passos do Brexit e levar a cabo um movimento pela saída do bloco econômico europeu. Wilders também é abertamente anti-Islã e anti-imigração e aparece entre os líderes nas pesquisas, alternando com o Partido Popular pela Liberdade e Democracia (VVD), do atual primeiro ministro Mark Rutte. 

Alemanha

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel está na berlinda. Diante do crescimento do partido Alternativa para a Alemanha (AFD), ela, que  governa o país desde 2005, anunciou que irá se candidatar para um quarto mandato.

Com uma pauta contra o islã e anti-imigração (soa familiar?), o AFD ganhou espaço nas últimas eleições regionais e derrotou o partido de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), na cidade natal da chanceler. Merkel já deus as boas-vindas para mais de 1 milhão de refugiados durante sua gestão. Em 11 anos no poder, Merkel deixou sua marca na política europeia, negociando medidas de austeridade para os países europeus endividados e se posicionando como uma forte muralha frente ao neo-expansionismo russo. As estimativas apontam para uma nova vitória dela quando os alemães forem às urnas em 22 de outubro. Mas convém não confiar cegamente nos institutos, ainda mais a dez meses de pleito. 

 

China

Em novembro de 2017, os delegados do Partido Comunista da China se reunirão em seu 19º Congresso Nacional para eleição de importantes posições da administração chinesa. Embora seja esperado que o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang mantenham seus cargos, boa parte do Comitê Permanente seja renovado, assim como o Politburo, um órgão intermediário da administração composto por 25 membros e responsável pela supervisão geral do partido.

Cinco dos sete membros do Comitê Permanente serão substituídos por integrantes mais novos, o que pode oxigenar a política chinesa. É preciso ficar atento aos nomes de Hu Chunhua, líder regional do partido, e de Sun Zhengcai, ex-ministro da agricultura. Nascidos após os anos 1960, ele sãos vistos como os nomes mais fortes da Sexta Geração dos Líderes Chineses. Se os seus nomes forem confirmados entre os novos membros do Comitê Permanente, então haverá uma grande chance de que disputem a indicação para presidente em 2022.

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