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Arquivo revela milhares de abusos sexuais pelos Escoteiros

Os Escoteiros elaboraram há mais de 80 anos um arquivo com documentos privados, agora em parte liberado, com nomes de membros acusados de más práticas

Bandeira dos Estados Unidos (Al Messerschmidt/Getty Images)

Bandeira dos Estados Unidos (Al Messerschmidt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 16h39.

Washington - Mais de 14 mil páginas que apontam cerca de 1,2 mil líderes e outros adultos dos Escoteiros dos Estados Unidos como supostos autores de abusos sexuais foram divulgados nesta quinta-feira na internet pela primeira vez.

Foi uma recente ordem da Suprema Corte do estado do Oregon que permitiu que uma parte da lista negra desta organização tenha sido publicada hoje por um escritório de advogados, como aparece em seu site.

Conhecidos como "os documentos da perversão", os Escoteiros elaboraram há mais de 80 anos um arquivo privado e sem acesso externo com nomes de membros locais e nacionais acusados de más práticas, cartas das vítimas e seus parentes e recortes de jornais sobre processos judiciais.

O presidente nacional dos Escoteiros dos EUA, Wayne Perry, admitiu em comunicado que, em algumas ocasiões, os esforços "para proteger os jovens de incidentes foram insuficientes, inadequados ou ruins", mas defendeu que as listas de más práticas buscavam impedir a entrada ou o retorno à organização de "indivíduos potencialmente perigosos".

Para os defensores da divulgação, as listas com os nomes permitem evitar novos casos e acabar com uma suposta ajuda histórica das autoridades para proteger a organização dos Escoteiros, segundo disse hoje à imprensa do Oregon o advogado Kelly Clark, que lidera a causa.

As listas publicadas agora são relativas a casos entre os anos 1960 e 1985, uma fração de todos os arquivos que os Escoteiros têm sob custódia na sede nacional da organização no Texas.

Os documentos revelam mais de 1,2 mil adultos, mas o número de casos é bastante superior, porque calcula-se que há supostos pedófilos que abusaram de até 25 escoteiros.

Os advogados suprimiram dos documentos publicados na rede qualquer referência às vítimas e a seus familiares, mas podem ser consultados o nome do suposto autor, a tropa, data de acusação e uma breve descrição. 

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