Artefatos encontrados em túnel debaixo de pirâmide em San Juan Teotihuacán, no México (Toya Sarno Jordan/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de setembro de 2021 às 16h44.
Última atualização em 1 de setembro de 2021 às 17h40.
Mais de uma década depois de Sergio Gomez começar a escavar um túnel debaixo de uma pirâmide mexicana imponente, o arqueólogo ainda passa a maior parte do tempo estudando o depósito enorme de artefatos sagrados depositados cuidadosamente ali por sacerdotes cerca de 2.000 anos atrás.
O volume e a variedade dos objetos escondidos em um túnel lacrado sob a ornamentada Pirâmide da Serpente Emplumada de Teotihuacán quebram recordes de descobertas na cidade antiga, outrora a metrópole mais populosa das Américas e hoje uma grande atração turística pouco distante da Cidade do México.
Mais de 100.000 artefatos do túnel foram catalogados até agora, e vão de estátuas finamente esculpidas a joias, conchas e cerâmicas, além de milhares de objetos de madeira e metal que sobreviveram à passagem do tempo quase intactos.
Em uma turnê recente pelo túnel e por oficinas de conservação onde sua equipe de 30 membros esmiúça o tesouro, Gomez exibiu algumas das descobertas mais espetaculares e até agora não reveladas – todas fazem parte de oferendas cerimoniais deixadas ao longo do túnel de 100 metros de comprimento, que termina em três câmaras diretamente abaixo do ponto central da pirâmide.
Como em outras antigas sociedades mexicanas, os sacerdotes que entravam no túnel provavelmente ingeriam plantas alucinógenas ou cogumelos como parte dos rituais, disse Gomez.
Uma datação científica mostra que o espaço úmido e nunca saqueado foi usado durante mais de dois séculos até 250 d.C.