Mundo

Armênia e EUA iniciam exercícios militares e Rússia denuncia "medidas hostis"

Governo armênio critica Moscou pela falta de apoio político e militar no conflito com o Azerbaijão

Armênia: país do Cáucaso está em conflito com o Azerbaijão (AFP/AFP)

Armênia: país do Cáucaso está em conflito com o Azerbaijão (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de setembro de 2023 às 15h25.

Última atualização em 11 de setembro de 2023 às 15h59.

Armênia e Estados Unidos começaram nesta segunda-feira, 11, exercícios militares conjuntos perto da capital armênia Yerevan, segundo um porta-voz do Exército americano.

A organização destes exercícios marca a distância tomada por este pequeno país do Cáucaso em relação à Rússia, seu aliado tradicional. As manobras "Eagle Partner 2023" serão realizadas até 20 de setembro no centro de treinamento Zar e Armavir, situados perto de Yerevan.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

"Confirmamos que a cerimônia de abertura dos exercícios Eagles Partner 2023 começou", indicou à AFP um porta-voz do Exército americano.

Estes exercícios são vistos muito negativamente por Moscou, que convocou o embaixador armênio para denunciar "medidas hostis".

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, destacou no domingo que a Rússia não vê "nada de bom nas tentativas de um país agressivo membro da Otan de entrar no Cáucaso". Porém, disse que esperava as que "obrigações" que unem Rússia e Armênia "prevalecessem".

Frustração

A frustração reina em Yerevan pela incapacidade da Rússia de apoiar a Armênia contra o Azerbaijão e a falta de compromisso das forças de paz russas no conflito entre os dois vizinhos.

Os dois países inimigos travaram duas guerras pelo controle da região de Nagorno-Karabaj, que disputam há décadas.

Supõe-se que esta rota terrestre entre Armênia e Nagorno-Karabakh está sob controle de uma força de manutenção da paz russa devido à guerra com Azerbaijão em 2020. Porém, há meses está bloqueada pela parte azeri, o que provoca escassez na região.

Segundo o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinian, a Rússia é incapaz de manter o controle sobre o corredor de Lachin ou não tem vontade de fazê-lo.

E qualificou como "erro estratégico" a dependência de seu país da Rússia em matéria de segurança.

"Novas alianças"

A última guerra entre Baku e Yerevan, em 2020, acabou com uma derrota para a Armênia, que teve de ceder territórios ao Azerbaijão em Nagorno-Karabakh e seus arredores.

Embora tenha negociado um cessar-fogo no outono de 2020 e mobilizado suas forças de paz em Nagorno-Karabakh, a Rússia perdeu influência.

A União Europeia e os Estados Unidos se colocaram à frente da mediação entre os beligerantes, sem avanços até agora.

O gasto militar do Azerbaijão supera todo o orçamento da Armênia, graças ao petróleo. O país também conta com o apoio de seu poderoso aliado turco.

"O Kremlin não tem nem os recursos nem a vontade de ajudar a Armênia e permite que Azerbaijão e Turquia busquem seus objetivos", afirma o analista independente Arkadi Dubnov.

Neste contexto, a "Armênia está tentando formar novas alianças fortes", destaca.

Acompanhe tudo sobre:ArmêniaRússiaUcrâniaEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'