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Armênia e Azerbaijão reforçam suas posições sobre conflito

Azerbaijão, muito mais rico e com mais força militar, advertiu que não tolerará por muito tempo um 'status quo' no qual a Armênia ocupa Nagorno Karabakh


	Nagorno-Karabakh: tudo indica que a reunião não adiantará muito para tirar o conflito do atoleiro em que se encontra há décadas
 (Vahan Stepanyan / Reuters)

Nagorno-Karabakh: tudo indica que a reunião não adiantará muito para tirar o conflito do atoleiro em que se encontra há décadas (Vahan Stepanyan / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 11h41.

Moscou - O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e seu colega armênio, Serzh Sargsyan, deixaram claras suas posições sobre o conflito entre ambos os países pela região de Nagorno Karabakh ao se reunirem com o líder russo, Vladimir Putin, antes do encontro desta segunda-feira entre os mesmos com mediação do chefe do Kremlin.

"O 'status quo' (atual) é inaceitável. Mas para que mude, é necessário começar com a desocupação do território do Azerbaijão, ocupado há mais de 20 anos" por tropas armênias, advertiu Aliyev ao início de sua reunião com Putin, realizada na cidade de São Petersburgo.

Pouco antes, o líder russo recebeu o líder armênio, que reiterou que a posição de seu país "sobre Nagorno Karabakh é conhecida por todos" e consiste em "resolver o conflito pela via pacífica".

"Mas, infelizmente, só com o desejo de uma parte não se resolvem conflitos como este. Ficaremos felizes se conseguirmos avançar hoje na criação de mecanismos para investigar as violações do cessar-fogo" vigente desde 1994 na linha que separa as posições armênias e azeris em Nagorno Karabakh, disse Sargsyan.

Com essas declarações, o presidente armênio se referiu aos violentos combates do mês de abril no território disputado, cuja maioria da população é armênia, que causaram a morte de mais de 150 pessoas e de cujo início a Armênia responsabiliza o Azerbaijão.

Tudo indica, dado o imobilismo mostrado pelas duas partes, que a reunião entre Sargsyan, Aliyev e Putin não adiantará muito para tirar o conflito do atoleiro em que se encontra há décadas.

Azerbaijão - um país agora muito mais rico e com mais força militar do que quando perdeu a guerra contra seu vizinho - advertiu que não tolerará por muito tempo um 'status quo' no qual a Armênia ocupa Nagorno Karabakh e vastos territórios limítrofes que denominam de "faixa de segurança" e que permitiram unir o enclave à Armênia.

O Azerbaijão acusa seu vizinho de se sentir cômodo com um processo de negociação eterno e entende que o atual pedido dos armênios sobre a necessidade de se investigar os incidentes de abril se inscrevem nessa linha.

O conflito entre Armênia e Azerbaijão remonta aos tempos da antiga União Soviética, quando o território azeri de Nagorno Karabakh, povoado majoritariamente por armênios, pediu sua incorporação à vizinha Armênia, o que derivou em uma guerra que causou aproximadamente 25 mil mortos e terminou com a vitória da Armênia.

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