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Armada argentina busca determinar se barulhos provêm de submarino

Os barulhos foram registrados por dois navios argentinos, e após a novidade, dois aviões americanos P8 Poseidon foram enviados ao local

Submarino desaparecido: o "ARA San Juan" navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata quando perdeu qualquer contato, na quinta-feira (Marcos Brindicci/Reuters)

Submarino desaparecido: o "ARA San Juan" navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata quando perdeu qualquer contato, na quinta-feira (Marcos Brindicci/Reuters)

A

AFP

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 21h23.

A detecção, nesta segunda-feira, de barulhos em um ponto que corresponde com a rota prevista do submarino argentino "ARA San Juan" aumenta as esperanças de encontrar o submergível perdido há cinco dias com 44 tripulantes.

"Foram detectados a 360 km (da costa), na borda de um talude com uma profundidade média de 200 metros", disse o porta-voz da Armada argentina, Enrique Balbi, em coletiva de imprensa em Buenos Aires.

Ele acrescentou que a análise das gravações, feita em terra, "levará cerca de três horas".

"Não quero criar falsas expectativas", disse o porta-voz, mas "agora temos um ponto onde buscar, sem descuidar toda a área de operações", que foram realizadas em meio a um temporal.

Dois navios oceanográficos com sondas multi-feixe de rastreamento do leito marinho se dirigiam ao local, acrescentou.

"Coincide com o caminho que o submarino teria tomado para subir à base (de Mar del Plata) como estava previsto", disse o porta-voz.

Os barulhos foram registrados por dois navios argentinos, e após a novidade, dois aviões americanos P8 Poseidon, o mais moderno da Marinha do país, foram enviados ao local.

Lá "se semeou o lugar de sonoboias" para gravar os barulhos, e o registro foi levado à terra "para seu processamento por meio de um software que permite identificar a assinatura acústica".

A detecção dos barulhos foi recebida com cautela depois de que se supôs erroneamente, no sábado, que sete chamadas por satélite provinham do submarino.

Uma versão divulgada anteriormente pela rede CNN, que citou uma fonte anônima da Marinha americana, apontava barulhos compatíveis com ferramentas batendo no casco de um submarino, uma manobra regular de emergência.

O "ARA San Juan" navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, quando perdeu qualquer contato, na quinta-feira.

Um dia antes, tinha reportado uma avaria nas baterias, e por isso "o comando da força disse que mudasse de rota e fosse para Mar del Plata", afirmou em coletiva de imprensa Gabriel Galeazzi, chefe da base naval dessa cidade.

No entanto, "não podemos associar a avaria com a emergência", porque o comandante do submarino comunicou depois por satélite que "estavam sem novidades pessoais e que continuavam navegando em imersão".

Sete países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Brasil, Chile e Uruguai) forneceram logística e equipamentos sofisticados para ajudar na missão de resgate no Atlântico Sul.

Angústia

A angústia cresce entre os familiares dos tripulantes, que esperam notícias na base naval de Mar del Plata, centro das operações de busca e resgate, e aonde o "ARA San Juan" deveria ter subido no domingo.

O presidente argentino, Mauricio Macri, que está desde sexta-feira em uma residência de descanso 25 km ao sul de Mar del Plata, compareceu no início da tarde à base e se reuniu com os familiares por meia hora.

"A informação é que estão procurando, tomara que o localizem", disse à AFP Carlos Mendoza, pai de Fernando, tripulante do "San Juan".

Ao seu lado está Carlos, irmão do submarinista. "É preciso esperar e rezar, não há outra opção. Combinamos que íamos nos encontrar neste domingo em Mar del Plata e que íamos fazer um churrasco".

Na tarde desta segunda-feira, em frente à grade do prédio militar, repleta de cartazes com mensagens de solidariedade, várias pessoas se abraçavam em uma rede de oração.

"Estão em situação estável dentro da incerteza", explicou à AFP Enrique Stein, da equipe de psicólogos que assiste os familiares.

"Tivemos poucas situações de crise, de choro e coisas assim", disse, embora tenha admitido que "a angústia cresce".

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