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Argentina vai às urnas para maior pesquisa eleitoral do mundo

Primárias de domingo serviriam para definir qual candidato representaria cada partido na corrida presidencial. No entanto, as siglas só têm um nome indicado

Argentina: primárias argentinas vão acontecer no próximo domingo, 11 (Martin Acosta/Reuters)

Argentina: primárias argentinas vão acontecer no próximo domingo, 11 (Martin Acosta/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2019 às 06h46.

Última atualização em 9 de agosto de 2019 às 09h55.

Às vésperas da eleição presidencial outubro, a Argentina deve viver no próximo domingo, 11, uma experiência inédita em o todo mundo: a realização de primárias que já estão com o resultado definido antes mesmo de acontecerem. 

A primária argentina, ou Paso (primárias abertas simultâneas e obrigatórias), como é conhecida no país, foi pensada para definir qual candidato de cada partido representaria a sigla na corrida à presidência, como é feito nos Estados Unidos, por exemplo. Dessa vez, no entanto, as cartas já estão marcadas, porque cada legenda levará às primárias apenas um candidato já previamente escolhido para lutar pela principal cadeira do executivo. 

Criada em 2009 pelo governo da então presidente Cristina Kirchner, as primárias argentinas começaram a acontecer depois de uma dura derrota para os kirchneristas nas eleições parlamentares daquele ano. A ideia era criar um esquema em que o governo pudesse prever a aceitação de seu candidato, assim fazendo os ajustes necessários para disputar o pleito real. 

Embora os candidatos à presidência já sejam rostos conhecidos há semanas, isso não significa que o pleito que custará cerca de 95 milhões de dólares aos cofres públicos argentinos será em vão. Além de servir como a maior pesquisa eleitoral do mundo, as primárias do próximo domingo também servirão para traçar alianças políticas e fortalecer as candidaturas de maior destaque. Outro ponto que também será importante para o país é como o mercado reagirá ao resultado do pleito que é prévia do que acontecerá daqui dois meses. 

Pelas regras eleitorais do país, para concorrer à presidência, o candidato precisa ter, no mínimo, ter 1,5% dos votos em nível nacional. Como nem todas as chapas vingam, as primárias limitam as candidaturas viáveis e possibilitam a união de candidatos que não irão adiante com os que lideram as pesquisas – assim, o momento pode marcar alianças cruciais. 

Até agora, as chapas que lideram a corrida, e que devem afinar ainda mais a disputa com as primárias, são lideradas por Mauricio Macri e Alberto Fernandes. Ambos representam visões de mundo diferentes e terão de superar desafios para vencer. Se por um lado o plano liberal de Macri não foi bem executado e colocou a inflação argentina nas alturas, causando diversas greves gerais, por outro, Fernandes é aliado do Kirchnerismo, envolvido em diversos escândalos de corrupção e aposta na repetição de um projeto econômico que levou o país às cordas. 

Analistas calculam que mesmo uma derrota apertada pode ser vista como uma vitória para Macri, no domingo. Seria a deixa para ele atrair votos de centro-direita que não querem a volta dos Kirchner ao poder.

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