Ilhas Malvinas: A "crescente militarização das ilhas" foi condenada pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul), pelo Mercosul e também pelos integrantes da Cúpula da América do Sul (Daniel Garcia/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 20h03.
Buenos Aires - O governo da Argentina "repudia categoricamente" os novos exercícios militares com o lançamento de mísseis nas ilhas Malvinas, anunciados pelas forças militares britânicas para entre os dias 8 e 19 de outubro, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.
A Chancelaria argentina apresentou um protesto formal à embaixada britânica e denunciou em um comunicado que a continuação das manobras militares "constitui uma flagrante contradição ao apelo da comunidade internacional para solucionar pacificamente a controvérsia" sobre as Malvinas, cuja soberania é disputada por Argentina e Reino Unido.
"A linguagem das armas a que Londres recorre para garantir sua presença ilegítima a 14 mil quilômetros de distância, denota o desprezo com o qual um membro permanente do Conselho de Segurança se comporta diante das repetidas manifestações das Nações Unidas pela convocação do diálogo", afirmou a Chancelaria.
O governo argentino considerou que os exercícios militares são "um elemento de provocação" e ressaltou que "não são bem-vindos pelos países da região, que trabalham para tornar o Atlântico Sul em uma área de paz livre de tensões militares e de exibições absurdas de poderio militar".
A "crescente militarização das ilhas" foi condenada pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul), pelo Mercosul e também pelos integrantes da Cúpula da América do Sul - Países Árabes (Aspa), realizada na terça-feira passada em Lima, lembrou a Chancelaria.
Na cúpula foi feito o pedido para que o Reino Unido aceite dialogar para resolver a disputa sobre a soberania das ilhas.
Os últimos exercícios realizados pelas tropas britânicas nas ilhas Malvinas ocorreram no último mês de julho.
Argentina e Reino Unido se enfrentaram em 1982 em uma guerra pela posse das ilhas que terminou com cerca de 900 mortos.