Cargueiro na Argentina: ações da Desire caíram 58,75% nesta segunda-feira (Martin Seguin/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2011 às 16h20.
Buenos Aires - A Argentina planeja limitar a participação de estrangeiros nas compras de terras acima de 1 mil hectares para proteger áreas férteis estrategicamente importantes para o país, disse a presidente Cristina Fernandez nesta quarta-feira.
Ela disse que o governo vai mandar o projeto de lei para o Congresso para limitar a participação de holdings estrangeiras a 20 por cento das áreas rurais. Compras anteriores à lei serão respeitadas, ela acrescentou.
"Este assunto da terra, que é estratégico, tornou-se uma matéria vital no século 21", disse Cristina em um discurso na televisão. A lei ecoa medidas similares já adotadas no Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Itália.
O líder de centro-esquerda disse que o limites de 1 mil hectares para holdings estrangeiras pode ser modificada para refletir a realidade regional, uma vez que o potencial varia muito entre as planícies do Pampa e as áreas áridas da estepe na Patagônia.
Investidores chineses anunciaram grandes investimentos no setor agrícola da Argentina nos próximos meses, como parte da estratégia para assegurar a oferta de commodities.
A presidente disse que ainda não está claro quanto das áreas argentinas estão nas mãos de estrangeiros. A lei estipula a criação de um novo registro nacional de terras em 180 dias para avaliar a extensão da participação estrangeira.
"Isto não afetará os direitos adquiridos, o que mudaria as regras do jogo para aqueles que compraram (terras) em boa fé", disse.
O Uruguai é outro país que estuda adotar medidas para restringir a venda de terra a estrangeiros, que têm investido pesadamente no setor agrícola no país recentemente.