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A Argentina segue encolhendo

Nesta quinta-feira, a Argentina divulga o resultado do PIB do terceiro trimestre, e a previsão continua desfavorável: a retração no período de julho a setembro deve ser de 0,4%. Até o final do ano, a economia deve encolher 2,2%. O resultado desanimador do primeiro ano da gestão do presidente Mauricio Macri deve se aprofundar no […]

BUENOS AIRES: na última terça-feira, população saiu às ruas contra os ajustes econômicos do governo Macri / Marcos Brindicci/Reuters

BUENOS AIRES: na última terça-feira, população saiu às ruas contra os ajustes econômicos do governo Macri / Marcos Brindicci/Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 18h49.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h42.

Nesta quinta-feira, a Argentina divulga o resultado do PIB do terceiro trimestre, e a previsão continua desfavorável: a retração no período de julho a setembro deve ser de 0,4%. Até o final do ano, a economia deve encolher 2,2%. O resultado desanimador do primeiro ano da gestão do presidente Mauricio Macri deve se aprofundar no ano que vem, com uma recessão de 3,3%. As promessas de reaquecer o país após 12 anos de kirchnerismo ficaram longe de se concretizar.

Não à toa as ruas de Buenos Aires foram tomadas de protesto com críticas ao governo. De acordo com relatório produzido pelo banco de investimentos BTG Pactual, a inflação saiu de 28% para 40% em 2016. O desemprego também aumentou, chegando a 8,5% (em 2014 era de 7,4%). Mais de 200.000 pessoas foram demitidas apenas este ano. Também aumentaram as contas de luz e água, que tiveram reajustes entre 200% e 2.000%. As finanças públicas também vão mal. Desde que Macri assumiu, a dívida pública passou de 41% do PIB para 52%, chegando a 280 bilhões de dólares.

A crise na economia persiste mesmo com as vitórias políticas. Nesta quarta-feira, o Senado aprovou com larga maioria uma reforma na taxação, com cobranças mais progressivas sobre o imposto de renda. O projeto volta agora à Câmara. Também foi aprovada uma lei de anistia fiscal, que deve garantir a repatriação de até 60 bilhões de dólares em dívidas dos contribuintes. A proposta surgiu em maio, um dia depois de o próprio Macri ter sido denunciado por lavagem de dinheiro na investigação Panamá Papers.

Os escândalos e as medidas impopulares, como as demissões e o aumento de cobranças por serviços básicos, fizeram a aprovação de Macri cair de 71% em janeiro para 55% em dezembro. O próprio presidente admitiu, ainda em maio, que os ajustes haviam prejudicado parte da população – 1,4 milhão de pessoas cruzaram a linha da pobreza durante seu governo –, mas culpou o governo anterior pela necessidade das medidas. A dúvida é até quando ele poderá culpar os Kirchner por uma recuperação que insiste em não chegar. 

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