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Argentina inaugura cemitério para natimortos

A instituição é inspirada em uma iniciativa comercial similar, deste ano, em Roma, confirmaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes locais

Cemitério japonês: os juízes locais poderão inclusive atuar de ofício para sepultar natimortos, por mais que os parentes não desejem fazê-lo (Athit Perawongmetha/Getty Images)

Cemitério japonês: os juízes locais poderão inclusive atuar de ofício para sepultar natimortos, por mais que os parentes não desejem fazê-lo (Athit Perawongmetha/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 17h34.

Buenos Aires - Um município do oeste argentino inaugurou um cemitério para dar "sepultura cristã" a fetos, inspirado em uma iniciativa comercial similar, deste ano, em Roma, confirmaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes locais.

A área destinada aos natimortos, de cerca de 50 metros quadrados, fica na "ala paisagística" do cemitério do estado de 9 de Julio, na província de San Juan, a cerca de 1.100 quilômetros de Buenos Aires, detalharam os porta-vozes.

O cemitério já inclusive sepultou dois fetos cujas urnas foram colocadas no prédio, inaugurado na sexta-feira passada pelo município, que cedeu os terrenos.

"Eles não nasceram vivos dos ventres maternos, como era o desejo de suas famílias, mas já tinham vida, poderão ter sepultura cristã", explicou à imprensa local o vice-governador de San Juan, Sergio Uñac, ao ser consultado sobre a iniciativa, apoiada pela Igreja Católica local.

O prefeito de 9 de Julio, Wadalberto Allende, calculou, de acordo com o jornal "Tiempo Argentino" que cerca de 2.200 fetos poderão ser sepultados gratuitamente no novo prédio, inspirado no chamado "Jardim de Los Angeles", uma área de 600 metros quadrados situada no cemitério Laurentino de Roma.

Os familiares deverão apresentar uma permissão judicial ou documentação que oficialize o parentesco com o feto, para poder enterrá-lo ali, já que natimortos não têm certidão de nascimento nem certificado de falecimento.

Os juízes locais poderão inclusive atuar de ofício para sepultar natimortos, por mais que os parentes não desejem fazê-lo.

A inauguração do cemitério ocorre pouco depois de o Parlamento iniciar o debate de projetos que legalizam o aborto no país, onde a cada ano acontecem cerca de 500 mil interrupções da gravidez de forma ilegal, segundo números oficiais. 

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