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Argentina: ex-presidente Macri diz que não concorrerá à presidência em outubro

Saída do ex-presidente Mauricio Macri da disputa abre espaço para outros nomes de direita contra o governo Alberto Fernández

Macri: ex-presidente argentino disse que está fora da disputa presidencial (AFP/AFP)

Macri: ex-presidente argentino disse que está fora da disputa presidencial (AFP/AFP)

Publicado em 26 de março de 2023 às 21h36.

O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou neste domingo, 26, que não irá concorrer à Presidência do país nas eleições de outubro. A candidatura de Macri, embora anteriormente não confirmada, era frequentemente ventilada como uma das possibilidades da oposição de centro-direita na disputa contra o grupo "peronista" do atual presidente de centro-esquerda, Alberto Fernández.

"Temos que alargar o espaço político da mudança que iniciamos. E temos que inspirar outras pessoas com nossas ações", disse Macri em vídeo publicado nas redes sociais, ao justificar a decisão.

Com sua saída, o ex-presidente deixa o caminho livre para os demais candidatos da coalizão 'Juntos pela Mudança'. 

Os grupos políticos agora caminharão para se reorganizar tendo em vista as primárias argentinas, as PASO (Eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), marcadas para 13 de agosto. As primárias costumam dar sinais sobre o candidato preferido do eleitorado; em 2019, Fernández venceu o próprio Macri, abrindo caminho para sua vitória definitiva em outubro. 

Veja o vídeo em que Macri anuncia que não se candidatará 

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Macri presidiu a argentina entre 2015 e 2019, quando perdeu a disputa de reeleição para o atual presidente Fernández.

Apesar dos desafios do atual governo à esquerda com a inflação e a crise econômica, que dificultam o trabalho dos governistas na disputa presidencial, Macri também tem rejeição alta. Seu mandato foi marcado pela inflação elevada e pela dívida de mais de US$ 40 bilhões contraída junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Com a saída da disputa do ex-presidente, ainda é incerto quais nomes devem concorrer. 

Até o momento, o chefe do governo de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, a presidente do PRO, Patricia Bullrich, e o chefe do Partido Radical e governador da província Jujuy, Gerardo Morales, além do também radical Facundo Manés, anunciaram a intenção de candidatar-se à presidência da Argentina.

Bullrich descreveu a decisão de Macri como "histórica". "Mesmo podendo se tornar presidente novamente, ele priorizou os interesses de nosso país antes dos seus, como poucos líderes fizeram na história argentina", disse pelo Twitter.

Além do grupo mais próximo a Macri, também corre por fora o candidato de extrema-direita, Javier Milei, comparado na Argentina ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro

Inflação e crise econômica marcam disputa

Por ora, ainda não há um favorito na disputa, e a tendência é que os candidatos e as preferências dos eleitores fiquem mais claros nos próximos meses e às vésperas das PASO. Apesar disso, é dado como certo que o debate sobre a inflação e a situação econômico tende a ser decisivo nas urnas no segundo semestre.

A inflação argentina ficou em 102,5% no acumulado de 12 meses até fevereiro, segundo a última medição divulgada no dia 15 de março. No mês de fevereiro, a inflação variou 6,6% (mais do que é projetado para a inflação brasileira em todo o ano de 2023).

O resultado de fevereiro foi o primeiro em mais de três décadas em que a inflação acumulada em 12 meses superou 100%. Somente em setembro de 1991 a inflação havia atingido esse patamar pela última vez.

Eleições na Argentina têm cenário incerto

As eleições presidenciais argentinas estão marcadas para 22 de outubro. O atual presidente, Alberto Fernández, sofre com rejeição alta em meio à crise econômica no país e ainda não se sabe se concorrerá à reeleição.

No grupo governista "Frente de Todos", há vários candidatos possíveis além de Fernández. O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, o líder Juan Grabois, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, e o ex-diretor do Banco Nación, Claudio Lozano, também são cotados. 

Além disso, no meio político fala-se do ministro da Economia, Sergio Maza, e do ministro do Interior, Eduardo de Pedro, como possíveis concorrentes da Casa Rosada.

Vários deles estariam dispostos a sair da disputa caso a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner decida concorrer. A vice-presidente e ex-mandatária há alguns meses garantiu que não competiria por estar "proscrita" (em referência a seus processos judiciais), mas a decisão ainda pode mudar.

No dia 14 de junho termina a data para o registro das alianças eleitorais. E dez dias depois é o prazo para apresentar as listas de candidatos que disputarão as urnas em outubro. 

(Com informações da Associated Press, via Estadão Conteúdo)

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