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Argentina e Colômbia fazem acordo após Milei chamar Petro de 'terrorista'

Diplomatas expulsos de Bogotá poderão retornar, e embaixador colombiano voltará a Buenos Aires

Javier Milei, presidente da Argentina, durante discurso em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina, durante discurso em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

Publicado em 1 de abril de 2024 às 09h54.

Os governos da Argentina e da Colômbia divulgaram um comunicado conjunto com medidas para esfriar a tensão entre os dois países, que começou depois que o líder argentino, Javier Milei, chamou o mandatário colombiano, Gustavo Petro, de "terrorista".

No domingo, 31, os ministérios de Relações Exteriores dos dois países anunciaram que o embaixador colombiano, Camilo Romero, retornará a Buenos Aires, e que o governo da Colômbia deu aval ao novo embaixador argentino na Colômbia proposto pelo governo Milei, cujo nome ainda não foi divulgado.

Também foi anunciado que a chanceler argentina, Diana Mondino, viajará à Colômbia em uma visita oficial ainda sem data definida.

Desta forma, os dois governos "ratificam a importância de manter boas relações e a vontade de estreitar os laços bilaterais", afirma o comunicado.

A crise bilateral começou depois de uma entrevista de Milei exibida na quarta-feira pelo canal americano CNN. Na conversa, o presidente argentino afirmou, em referência a Petro: "Não se pode esperar muito de alguém que era um assassino terrorista".

A frase irritou o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia. A pasta considerou que "as declarações do presidente argentino deterioraram a confiança de nossa nação, além de ofenderem a dignidade do presidente Petro, que foi eleito democraticamente".

Em seguida, Petro ordenou a expulsão de diplomatas da embaixada argentina em Bogotá. O embaixador colombiano na Argentina, Camilo Romero, havia sido chamado de volta para o país em janeiro e desde então não voltou a Buenos Aires. Na ocasião, Milei chamou Petro de "comunista assassino que está afundando a Colômbia".

Petro militou durante 12 anos no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana, antes de assinar a paz em 1990 e ingressar na política. Em agosto de 2022, ele chegou ao poder como o primeiro presidente de esquerda da Colômbia.

As relações com a Argentina têm sido historicamente estáveis, mas têm se deteriorado desde a chegada ao poder de Milei, em dezembro de 2023.

Com AFP.

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