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Argentina diz não ter recursos para retirar submarino do fundo do mar

O casco resistente do ARA San Juan, a parte habitável do submarino, com cerca de 30 metros de tamanho, foi a primeira parte a ser localizada

Foto do submarino ARA San Juan é vista no estacionamento da base naval em Mar Del Plata, Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)

Foto do submarino ARA San Juan é vista no estacionamento da base naval em Mar Del Plata, Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 17 de novembro de 2018 às 15h31.

Buenos Aires, 17 nov (EFE).- O ministro de Defesa da Argentina, Oscar Aguard, reconheceu neste sábado que o país não tem meios para retirar o submarino ARA San Juan, localizado durante a madrugada no Oceano Atlântico após um ano de buscas, do fundo do mar.

"Eu diria que não, que não temos os meios. Não tínhamos nem os meios para encontrá-lo. Também não temos ROV (veículos de inspeção remota) para descer nessa profundidade. Nem temos equipamento para extrair uma embarcação com essas características", afirmou o ministro em entrevista coletiva concedida em Bunos Aires.

O comandante da Marinha da Argentina, José Luis Villán, ressaltou que há outros problemas para retirar o submarino do mar, como exigem os familiares dos 44 tripulantes que estavam a bordo.

Primeiro, segundo ele, há uma impedimento legal, já que seria necessária uma autorização da juíza que investiga o caso. Além disso, questões de ordem técnica precisam ser resolvidas para que a operação seja realizada com sucesso.

Villán também confirmou que o submarino se partiu em várias partes, que estão espalhadas em uma área de 800 metros quadrados.

"A localização exata é muito próxima do lugar da anomalia hidroacústica (consistente com uma explosão, detectada por agências internacionais em 2017). É a área onde tínhamos considerado que havia 90% de chance de ele estar nela. Todas as equipes buscaram nessa área", explicou Villán durante a entrevista coletiva.

O comandante da Marinha informou que o submarino foi localizado a 907 metros de profundidade pela companhia americana Ocean Infitiny, contratada pelo governo argentino para realizar as buscas, a cerca de 600 quilômetros do litoral da argentina.

"Isso sugere, ainda sem termos certeza, que pode ter havido uma implosão, que o submarino colapsou muito perto do fundo. Os escombros estão muito próximos dentro da área", explicou o capitão Enrique Balbi, que também participou da entrevista coletiva.

O casco resistente, a parte habitável do submarino, com cerca de 30 metros de tamanho, foi a primeira a ser localizada. Há outras três partes da embarcação, de menores direções, com formas que coincidem com a proa, a popa e a vela.

"Todo o casco resistente não está partido. É uma única peça, que foi deformada e entrou para o interior (do submarino), resultado da pressão externa da coluna hidroestática", disse Balbi.

O capitão confirmou que os destroços foram encontrados perto do Golfo de San Jorge, entre 500 e 600 quilômetros do litoral. EFE

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