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Argentina de Milei registra queda histórica no número de homicídios, com menor taxa em 25 anos

Assassinatos em todo o país caíram 11,5%, alcançando uma proporção de 3,8 por 100 mil habitantes; índice brasileiro é cinco vezes maior

Argentina: taxa de homicídios registra queda histórica sob governo de Javier Milei (RALF HIRSCHBERGE/AFP)

Argentina: taxa de homicídios registra queda histórica sob governo de Javier Milei (RALF HIRSCHBERGE/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 16h58.

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Primeiro foi a macroeconomia, depois a segurança pública. Em um ano eleitoral na Argentina, no qual parte do Congresso será renovada, o presidente Javier Milei tem mais um motivo para se orgulhar: os assassinatos no país caíram 11,5%, alcançando uma taxa que é a segunda melhor da América Latina. Essa conquista é resultado de mudanças na distribuição das forças federais e de uma maior coordenação com a polícia provincial.

Pela primeira vez em 25 anos, a taxa de homicídios intencionais anual ficou abaixo de 4 por 100 mil habitantes, chegando a 3,8. Os números refletem a queda nos crimes registrados, que passaram de 2.048 em 2023 para 1.810 casos em 2024.

Argentina: um dos países mais seguros da América Latina

A nova taxa coloca a Argentina como um dos países mais seguros da região, considerando o indicador de mortes violentas intencionais. Apenas El Salvador, sob o governo de Nayib Bukele, tem um desempenho melhor, com 1,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Segundo a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, a queda nos homicídios reflete uma estratégia conjunta com as províncias e a Cidade Autônoma de Buenos Aires, além do foco em áreas dominadas pelo crime organizado. Bullrich declarou: “É muito importante ter estabelecido a menor taxa de homicídios desde que os assassinatos foram sistematicamente medidos em nosso país. Vamos continuar com uma política de segurança preventiva muito forte.”

No contexto continental, apenas o Canadá apresenta uma taxa de homicídios semelhante à de El Salvador. Já a Bolívia, com 4,2 homicídios por 100 mil habitantes, aproxima-se da Argentina, enquanto o Brasil registra 19 homicídios por 100 mil habitantes, cinco vezes mais. Nos vizinhos mais próximos, o Paraguai (5,3), Peru (5,4) e Chile (5,7) também têm índices superiores.

Resultados expressivos em Rosário e novas medidas de segurança

Uma das cidades mais afetadas pela violência, Rosário, foi palco de mudanças significativas em 2024. O patrulhamento diferenciado incluiu uma mesa de coordenação entre as forças federais e a polícia de Santa Fé, com foco nas áreas mais violentas. A intervenção resultou em uma redução de 65% nos homicídios em Rosário: os números passaram de 261 assassinatos em 2023 para 90 em 2024.

Essa queda foi essencial para que a taxa nacional ficasse abaixo de 4 homicídios por 100 mil habitantes, uma conquista sustentada pela diminuição de 171 crimes em Rosário. Para 2025, municípios como Buenos Aires, Mendoza, Córdoba e Tucumán terão destacamentos especiais de forças federais no programa conhecido como 90/10, que concentra esforços em áreas responsáveis por 90% dos homicídios, mas que representam apenas 10% do território.

Projetos de lei e novas estratégias de segurança

Entre as próximas iniciativas, destaca-se um projeto de lei que visa transformar crimes de violência doméstica em ação pública. Assim, o sistema judiciário poderá intervir com base em denúncias de terceiros, e não apenas da vítima.

Outras medidas aguardam aprovação, como a lei antimáfia, que permite à Justiça Federal acompanhar casos de homicídios relacionados a associações ilícitas. Também há propostas de redução da idade de imputabilidade para 13 anos e uso da repetição de crimes para definir a permanência na prisão.

As ações refletem o esforço do governo Milei para consolidar uma política de segurança pública preventiva, com foco em reduzir os homicídios e enfrentar o crime organizado.

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