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Argentina cria “dólar Coldplay” e “dólar Qatar” para contornar crise

O objetivo é estimular o setor de eventos e impedir a saída de divisas do país

Coldplay (Shlomi Pinto/Getty Images)

Coldplay (Shlomi Pinto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2022 às 20h48.

Em meio a um cenário de alta dos preços, o governo da Argentina anunciou na terça-feira, 11, a criação de duas novas versões do dólar: o “dólar Coldplay” e o “dólar Qatar”. O objetivo é estimular o setor de eventos e impedir a saída de divisas do país. 

Atualmente, há 15 variações de dólar no país. O oficial vale 149 pesos, e o chamado “blue”, que é a versão “clandestina”, 280 pesos. Em setembro, o governo argentino criou também o “dólar soja”, para incentivar o setor do agro, que vale 200 pesos por dólar. 

O novo “dólar Coldplay”, inspirado na banda britânica que tem shows marcados na Argentina, vale 314 pesos por dólar. Mais barato que o “blue”, ele será usado para facilitar a contratação de bandas e artistas para shows internacionais. 

O “dólar Qatar”, em referência ao país que sediará a Copa do Mundo este ano, é destinado ao turismo e cotado a 204 pesos por dólar.

Com a imposição de mais taxas para uso do cartão de crédito fora da Argentina, o "dólar Qatar" é a aposta do governo para evitar a saída de dinheiro do país. A nova taxa é de 45% para compras no exterior, válida para gastos acima de 300 dólares.

Desde 2018, a Argentina adota uma política de restrição de compra de dólares, para manter as divisas no país. As pessoas só podem comprar até 200 dólares por mês pela cotação oficial, de 149 pesos, e precisam cumprir vários requisitos e justificar o motivo da compra.

Setores da economia também têm limitações para acessar a moeda e importar produtos. O dólar “blue”, que é o clandestino, é usado nas outras situações. Embora seja ilegal, o governo tem considerado a atividade das casas de câmbio que comercializam esse dólar como meramente “informal”.

Entre as outras 15 variantes da moeda, a Argentina também adota o "dólar Netflix", aplicado a serviços de streaming estrangeiros pagos com cartão de crédito. Para esses serviços, são cobradas duas taxas em cima do valor do dólar oficial, uma de 45% e outra de 8%.

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