Evo Morales: ex-presidente da Bolívia está na Argentina (Agustin Marcarian/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 17h10.
Buenos Aires —O governo da Argentina confirmou nesta quarta-feira que concedeu status de refugiado ao ex-presidente boliviano Evo Morales, o que descarta a hipótese de extradição.
Fontes da Casa Rosada confirmaram à Agência Efe a condição de Morales na Argentina depois de o Ministério Público da Bolívia expedir um mandato de prisão contra o ex-presidente, acusado pelo governo interino de Jeanine Áñez de insurreição e terrorismo.
Morales chegou ao aeroporto internacional de Ezeiza, um dos principais que atendem Buenos Aires, na última quinta-feira, vindo de Cuba. No local, já fez o pedido de refúgio ao governo da Argentina, segundo a Direção Nacional de Migrações.
Até então, nenhum órgão do governo de Alberto Fernández, que tomou posse há pouco mais de uma semana, havia falado oficialmente sobre a solicitação feita pelo ex-presidente da Bolívia.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, explicou na última quinta-feira que não há possibilidade de extraditar uma pessoa que pede refúgio no país.
A informação repassada pelo chanceler consta também no Guia da Comissão Nacional para os Refugiados, órgão ligado ao Ministério do Interior. O documento destaca que entre os direitos dos refugiados está a garantia de que "não serão expulsos ou extraditados para o país onde sua vida, integridade, liberdade ou segurança estejam em perigo".
Áñez apresentou em novembro uma denúncia ao Ministério Público contra Morales. No processo, ele é acusado de incitar a violência contra o governo interino da Bolívia a partir do México, primeiro país a recebê-lo depois de renunciar ao cargo de presidente por pressão das Forças Armadas.
Morales chegou à Argentina dois dias depois da posse de Fernández. No domingo, peronista recebeu o ex-presidente da Bolívia para um jantar, que também contou com a presença de Cristina Kirchner.
Além de Morales, fugiram para a Argentina o ex-vice-presidente da Bolívia Álvaro García Linera e o ex-chanceler Diego Pary.