Sputnik V: vacina foi a primeira usada na Argentina, em dezembro passado (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 12 de agosto de 2021 às 15h46.
Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 15h57.
A Argentina iniciou nesta quinta-feira, 12, a distribuição do primeiro lote da vacina Sputnik V contra a covid-19 fabricado em um laboratório no próprio país.
Serão distribuídas 1,14 milhão de doses, que foram produzidos na Argentina a partir do insumo fornecido pelo Instituto Gamaleya da Rússia, desenvolvedor da vacina. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde da Argentina em um comunicado.
A produção do Sputnik V na Argentina é feita pelos Laboratorios Richmond, farmacêutica privada no país, a partir do princípio ativo enviado de Moscou.
A produção começou no último dia 4 de julho. Dois meses depois, o Instituto Gamaleya aprovou o primeiro lote após um processo de controle de qualidade.
A expectativa é que o começo da distribuição das doses próprias da Sputnik V ajude a acelerar a vacinação na Argentina.
No primeiro semestre, a Argentina priorizou a vacinação do maior número de pessoas com a primeira dose e agora tenta acelerar as aplicações da segunda dose.
O Fundo de Investimento Soberano da Rússia, que financiou a produção da vacina, disse em comunicado que outras três milhões de doses da Sputnik V serão distribuídas na Argentina em agosto.
“A vacina Sputnik V é uma vacina excelente. Ela teve resultados muito positivos em relação à sua eficácia contra a variante delta, 83% eficaz para infecções e quase 95% para hospitalização”, disse a ministra da Saúde, Carla Vizzotti, à imprensa.
Vizzotti garantiu que a Argentina “não vai suspender nenhum contrato com nenhum laboratório”. Em vez disso, "vamos trabalhar para obter o máximo de doses possível o mais rápido possível", disse.
O Sputnik V foi o primeiro imunizante contra a covid-19 a chegar à Argentina, em dezembro de 2020. O próprio presidente Alberto Fernández foi vacinado com a Sputnik V.
Oito meses depois, porém, houve atrasos na entrega das segundas doses, o que fez o governo argentino cogitar cancelar o contrato e atrasou o avanço da vacinação no país.
A Argentina, com uma população de 45 milhões de pessoas, tem usado, além da Sputnik V, doses da fabricante chinesa Sinopharm, da britânica Astrazeneca e da americana Moderna.
Temendo a variante delta do coronavírus, mais contagiosa, e com o atraso na chegada de novos lotes da Sputnik V, o país sul-americano começou na semana passada a aplicar como segunda dose as vacinas Moderna ou AstraZeneca aos que haviam recebido a primeira dose do imunizante russo.
A Sputnik V chegou a ser negociada com governos federais e estaduais do Brasil, mas a vacina não foi totalmente aprovada para uso emergencial pela Anvisa, agência reguladora que aprova os imunizantes.
A negociação travou e o governo federal anunciou no fim de julho que rescindiu um contrato para comprar 10 milhões de doses da Sputnik V. O contrato havia sido firmado com a farmacêutica brasileira União Química, que estava fabricando as doses no Brasil.
Já o Consórcio Nordeste, que inclui os governos estaduais da região, havia fechado outro contrato diretamente com o Fundo Soberano da Rússia, para a compra de 38 milhões de doses. O contrato também foi encerrado devido ao entrave com a aprovação na Anvisa.
Em junho, a Anvisa autorizou a importação da Sputnik V, mas com condicionantes devido a dúvidas que restaram sobre o imunizante na avaliação da agência, o que praticamente impediria a aplicação em larga escala.
(Com AFP)
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