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Argentina chama fundos de hedge de máfia internacional

Governo da presidente Cristina Kirchner tem se mostrado relutante em negociar diretamente com os credores "holdouts" até o fim do ano


	Jorge Capitanich: ""ós estamos hoje nas mãos de um poder financeiro internacional, que são grupos minúsculos de interesses"
 (Getty Images)

Jorge Capitanich: ""ós estamos hoje nas mãos de um poder financeiro internacional, que são grupos minúsculos de interesses" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2014 às 11h52.

Buenos Aires - A Argentina chamou nesta quinta-feira de "máfia internacional" os fundos de hedge que estão processando o país na justiça norte-americana, numa nova escalada verbal após o fracasso de recentes negociações para resolver a disputa em torno dos bônus inadimplentes argentinos.

A declaração veio após o Aurelius Capital Management, um dos fundos que exige da Argentina compensação milionária por títulos que não foram pagos no default do país em 2002, dizer na quarta-feira que não recebeu propostas realistas de entidades financeiras para dar fim ao conflito.

"Nós estamos hoje nas mãos de um poder financeiro internacional, que são grupos minúsculos de interesses vorazes que constituem verdadeiramente uma máfia internacional que maneja os fios do poder", disse o chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanitch.

O governo da presidente Cristina Kirchner tem se mostrado relutante em negociar diretamente com os credores "holdouts" --que classifica como "abutres"-- até o fim do ano, quando vence uma cláusula que protege os detentores dos títulos reestruturados.

Se chegar a um acordo antes dessa data, a Argentina poderia enfrentar demandas de outros investidores que consideram que estão cobrando menos por seus títulos argentinos após a reestruturação da dívida de 2005 e 2010.

"Basta de abutres, basta de ameaças, basta de operações", disse Capitanitch a jornalistas, acrescentando que "pretende-se violar a soberania do país".

Tem havido nos últimos dias algumas conversas entre os fundos de hedge e um grupo de bancos privados, mas ainda sem acordo.

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