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Argentina aquece motores para maratona eleitoral em 2015

São três os favoritos nas pesquisas, tão apertadas que os analistas não descartam um segundo turno para a escolha do substituto de Cristina Kirchner


	Cristina Kirchner: presidente argentina apressa seu segundo e último mandato
 (Daniel Garcia/AFP)

Cristina Kirchner: presidente argentina apressa seu segundo e último mandato (Daniel Garcia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 15h02.

Buenos Aires - A Argentina se prepara para enfrentar uma autêntica maratona eleitoral durante o novo ano, com até seis convocações em algumas províncias e uma intensa campanha para as presidenciais com três favoritos nas enquetes, que indicam uma final muito apertada.

Embora as eleições presidenciais estejam marcadas para 25 de outubro e a campanha só possa começar oficialmente cinco semanas antes, a corrida para chegar à Casa Rosada começou há meses e irá acelerar no decorrer deste ano.

São três os favoritos nas pesquisas, tão apertadas que os analistas não descartam um segundo turno - que poderia acontecer em novembro - para a escolha do substituto de Cristina Kirchner, que apressa seu segundo e último mandato.

Os três rostos são conhecidos para os argentinos: o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, o ex-chefe de gabinete Sergio Massa e o prefeito da capital, Mauricio Macri, embora haja muitos outros aspirantes que poderiam surpreender porque, como advertem os analistas, na Argentina dez meses é muito tempo e tudo pode acontecer.

Todos têm experiência em política e alguns pontos em comum, como definição como peronistas ou pró-peronistas, embora mantenham também grandes divergências ideológicas.

Scioli, à frente do maior distrito eleitoral do país e bastião peronista durante os últimos oito anos, é um piloto de lanchas de 57 anos que surgiu na política através do ex-presidente Carlos Menem, foi vice-presidente na gestão do falecido Néstor Kirchner e agora está distanciado de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner.

Apesar das enquetes não refletirem uma grande valorização de sua gestão na província, sua imagem positiva supera os 60% e poderia ser capaz de juntar boa parte dos peronistas para alçar uma candidatura nas primárias de agosto.

Mauricio Macri, de 55 anos, era um total desconhecido para a maioria dos argentinos até que assumiu a presidência do clube Boca Juniors.

Isso serviu para ele assumir o governo de Buenos Aires, de onde agora pretende chegar à Casa Rosada, após dois mandatos na capital que não foram suficientes para construir uma estrutura nacional em sua Proposta Republicana (Pró), o que lhe obriga a fechar pactos com outras forças políticas com presença em todo o país.

Sergio Massa, prefeito de Tigre, na província de Buenos Aires, chegou a ser chefe de gabinete de Cristina e saiu escaldado do governo.

Aos 42 anos, Massa procura aliados no peronismo, e exibe uma carreira meteórica com sua gestão em Tigre, um município dos arredores de Buenos Aires com um grande crescimento e um aumento das zonas residenciais de luxo.

Mas há muitos outros interessados em ocupar a cadeira presidencial, desde o ministro de Transporte, Florencio Randazzo, ao presidente da Câmara dos Deputados, Julián Domínguez, a governadores peronistas como Sergio Urribarri.

O ganhador tomará posse após uma longa e desgastante campanha, na qual, de acordo com cálculos da imprensa local, os principais candidatos podem chegar a gastar até um bilhão de pesos (mais de R$ 300 milhões).

O calendário eleitoral não dá trégua. Em nível nacional, a renovação da presidência e de parte do Congresso será precedida das PASO (Primarias Abiertas Simultáneas y Obligatorias), em 9 de agosto.

Em outubro acontecerão as eleições gerais e, se não tiver ganhador, em novembro será convocado um segundo turno que os analistas acreditam, neste momento, ser muito provável.

Além disso, pelo menos em sete localidades as eleições se multiplicarão e os cidadãos terão que votar em até seis ocasiões. Ao final, essa será uma desgastante "corrida" com final imprevisível.

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