Mundo

Argentina apresenta os novos homens fortes da petrolífera YPF

O ministro do Planejamento argentino, Julio de Vido, terá posição especial na empresa

De Vido é considerado por anos o funcionário mais poderoso do governo do falecido ex-presidente Néstor Kirchner, marido e antecessor de Cristina (Jeff Zelevansky/Getty Images)

De Vido é considerado por anos o funcionário mais poderoso do governo do falecido ex-presidente Néstor Kirchner, marido e antecessor de Cristina (Jeff Zelevansky/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 22h23.

Buenos Aires - Um seguidor incondicional do kirchnerismo, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, e a nova estrela do governo argentino, o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, manejarão os destinos da empresa petrolífera YPF, intervinda nesta segunda-feira por ordem da presidente Cristina Kirchner.

Sentado na poltrona principal, como interventor da empresa que até hoje era controlada pela espanhola Repsol, estará De Vido, considerado por anos o funcionário mais poderoso do governo do falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), marido e antecessor de Cristina.

Desde que começou o conflito com a YPF, De Vido se reuniu um par de vezes com o presidente da Repsol, Antonio Bufrau, a última na semana passada, sempre acompanhado por Kicillof,

Apesar de sau longa carreira política e de sua comprovada fidelidade a Kirchner, De Vido viu perigar sua posição nos últimos meses e se agarrou, segundo fontes empresariais, à estratégia de Kicillof, a quem a imprensa local apontou como o principal ideólogo da desapropriação da YPF.

Nascido em Buenos Aires em 1949, Julio Miguel De Vido começou a simpatizar com o peronismo no início da década dos 1970, quando ainda era estudante de Arquitetura.

Conseguiu emprego na estatal Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), que em 1976, ano do golpe militar que instalou uma ditadura de sete anos, lhe enviou a Puerto San Julián, na província de Santa Cruz.

Em 1982 se transferiu a Río Gallegos, capital provincial, onde conheceu o advogado Néstor Kirchner, de quem seria o homem de confiança durante os anos nos quais o ex-presidente argentino foi prefeito dessa cidade e posteriormente governador de Santa Cruz.

De Vido se ocupou da Economia e Obras Públicas de Santa Cruz, e em 2003, com a ascensão de Kirchner à presidência argentina, foi designado titular da estratégica pasta de Planejamento Federal.

O vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, que lhe auxiliará na companhia petrolífera, se situa ideologicamente nos antípodas de Julio de Vido.


Kicillof, de 40 anos, é um economista de orientação marxista formado na Universidade de Buenos Aires com diploma de honra. Provém de 'La Cámpora', grupo juvenil criado por Néstor Kirchner, atualmente liderado por seu filho mais velho, Máximo Kirchner.

Analistas locais asseguram que a presidente argentina ficou encantada quando seu filho lhe apresentou Kicillof, que rapidamente ganhou espaço no governo.

Fontes do setor energético atribuem ao vice-ministro de Economia a autoria do projeto de intervenção e desapropriação da YPF enviado hoje ao Parlamento pela governante.

Segundo estas mesmas fontes, a iniciativa do vice-ministro ainda mais radical em suas intenções de expropriar a YPF, encontrou um freio na postura de Julio de Vido, que claramente perdeu peso no gabinete após a morte de Kirchner, em outubro de 2010. EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerEmpresasEmpresas espanholasEmpresas estataisGovernoIndústria do petróleoPolíticosRepsol YPF

Mais de Mundo

Maduro afirma que começa nova etapa na 'poderosa aliança' da Venezuela com Irã

Presidente da Colômbia alega ter discutido com Milei na cúpula do G20

General norte-coreano é ferido em Kursk, diz jornal dos EUA

O que se sabe sobre o novo míssil balístico russo Oreshnik, usado em ataque na Ucrânia