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Argentina alcança superávit comercial recorde em 2024

Especialistas, porém, concordam que resultado é explicado pela queda nas importações, que caíram 17,5% na comparação anual, em um contexto de recessão econômica

Agência o Globo
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Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 18h27.

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A balança comercial da Argentina registrou um superávit de 18,899 bilhões de dólares em 2024, o maior de sua história, devido à queda nas importações, resultado da recessão e do aumento nas exportações agrícolas após um ano de seca.

"Em 2024, a Argentina exportou 79,721 bilhões de dólares e importou 60,822 bilhões", diz o relatório publicado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (Indec).

O maior superávit comercial já registrado na Argentina foi de 16,885 bilhões de dólares em 2009, e em 2023 terminou com um déficit de 6,9 bilhões.

"No primeiro ano de gestão, a balança comercial apresentou um saldo positivo de 18,899 bilhões de dólares", comemorou o Ministério da Economia em X.

Em 2024, as exportações aumentaram 19,4% em relação ao ano anterior, impulsionadas por produtos primários (+27%) e manufaturas agrícolas (+24%), após a seca de 2023. No entanto, os especialistas concordam que o superávit também é explicado pela queda nas importações, que caíram 17,5% na comparação anual, em um contexto de recessão econômica.

"O superávit comercial se deve a uma profunda recessão na Argentina que reduziu as importações", disse o economista Pablo Tigani à AFP.

Segundo estudo do Centro de Economia Política da Argentina (CEPA) publicado em janeiro, o superávit "é explicado tanto pela queda nas importações, devido à menor atividade, quanto pelo aumento nas exportações, especialmente na agricultura, após a seca".

O diretor do CEPA, Hernán Letcher, disse à AFP que "entre dezembro de 2023 e maio de 2024" houve "um superávit comercial muito significativo devido à desvalorização e à queda nas importações que permitiram que os dólares se acumulassem no Banco Central". O principal parceiro comercial da Argentina é o Brasil, com 17,1% das exportações do país e 23,6% das importações.

Em seu primeiro ano no cargo, Javier Milei reduziu a inflação de 211% para 117% e alcançou o primeiro superávit fiscal anual em 14 anos. Esses indicadores têm um custo social: recessão, perda de centenas de milhares de empregos e um salto da pobreza para mais de 50% no primeiro semestre do ano, embora com sinais de declínio nos últimos meses.

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