O Reino Unido ocupa desde 1833 o arquipélago das Malvinas, cuja soberania é estudada desde 1989 pelo Comitê de Descolonização da ONU (NASA/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2012 às 20h29.
São Paulo - O chanceler argentino, Héctor Timerman agradeceu ao Brasil pelo apoio 'constante e sincero' na disputa pela soberania das Ilhas Malvinas e pediu ao governo do Reino Unido que revele se introduziu submarinos com arsenal nuclear no Atlântico Sul.
O chefe da diplomacia argentina, que fez uma breve visita ao Brasil, disse que o Reino Unido é uma 'potência extrarregional' que se negou a esclarecer se levou armas nucleares ao Atlântico Sul, durante uma entrevista coletiva conjunta em São Paulo com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota.
Timerman acrescentou que o governo britânico reconheceu ter submarinos com arsenal nuclear distribuídos por diferentes partes do mundo sem precisar em quais lugares, em declarações à Agência Efe ao término da coletiva.
O chanceler rejeitou detalhar que tipo de informações ou provas dispõe o governo da Argentina para creditar que o Reino Unido está introduzindo armamento na região.
'A Argentina tem informação', se limitou a dizer o ministro que acrescentou: 'gostaríamos que o Reino Unido nos desmentisse'.
Já Patriota disse que durante a reunião com o colega argentino foi abordado o caso das Malvinas e a preocupação pela possível 'militarização' do arquipélago.
No entanto, no dia 22 de fevereiro o Reino Unido classificou como 'infundadas' as acusações argentinas em carta enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
'As acusações de que a Argentina está militarizando o Atlântico Sul são infundadas e carecem de base', afirmou o embaixador britânico perante a ONU, Mark Lyall Grant.
Em sua carta, Lyall Grant afirma também que o governo britânico 'não tem dúvida alguma de sua soberania sobre as ilhas Falkland (Malvinas), Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, assim como das áreas marítimas que as rodeiam'.
O Reino Unido ocupa desde 1833 o arquipélago das Malvinas, cuja soberania é estudada desde 1989 pelo Comitê de Descolonização da ONU.
A tensão entre Londres e Buenos Aires se elevou consideravelmente nas últimas semanas, quando se aproxima o 30º aniversário do início da Guerra das Malvinas, na qual os países se enfrentaram pela soberania do arquipélago.
Na disputa, que foi concluída com a rendição argentina, morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
Patriota acrescentou que a presidente Cristina Kirchner estará presente na cúpula de desenvolvimento sustentável Rio+20 que será realizada em junho no Rio de Janeiro.