No que diz respeito ao setor automotivo, o governo argentino estabeleceu que só será possível importar veículos pelo mesmo preço dos exportados da Argentina (Marlos Bakker/Viagem e Turismo)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2011 às 20h02.
São Paulo - A Argentina acusou nesta quinta-feira (14/04) o comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht, de querer "politizar" as negociações de um acordo de associação comercial com o Mercosul e de tentar "dividir" os membros do maior bloco sul-americano. "De Gucht deveria refletir sobre suas declarações", disse ao secretário de Comércio e Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria argentina, Luis María Kreckler.
O comissário afirmou nesta quinta-feira no Parlamento Europeu que as medidas "protecionistas" adotadas pela Argentina são um dos principais obstáculos para um acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Em resposta, Kreckler declarou que o negociador europeu "deveria se dedicar mais a produzir resultados concretos nas negociações para conseguir um comércio com o Mercosul mutuamente benéfico e que garanta um equilíbrio na relação entre os blocos".
"As declarações de De Gucht não conferem otimismo ao processo de negociações e além disso violam o acordo de não confronto verbal", disse à Agência Efe o principal negociador comercial da Argentina.
"Evidentemente ele quer politizar o processo negociador e suas palavras demonstram sua intenção de dividir os membros do Mercosul enquanto a Europa até agora não conseguiu pactuar uma oferta homogênea, especialmente no setor agrícola", disse Kreckler.
De Gucht afirmou nesta quinta-feira que "as medidas protecionistas argentinas estão causando problemas" e "estão deixando um pouco nervosos" os exportadores europeus, especialmente no setor automotivo.
O comissário manifestou que essa circunstância "está estragando o clima" das negociações e advertiu que "se os argentinos não mudarem de atitude", a UE pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Argentina aumentou nos últimos meses o leque de produtos aos quais aplica licenças não automáticas para sua importação, medida que, segundo Buenos Aires, não descumpre as normas da OMC e busca proteger a sua indústria local.
No que diz respeito ao setor automotivo, o governo argentino estabeleceu que só será possível importar veículos pelo mesmo preço dos exportados da Argentina.