Protestos por Evo Morales bloqueiam estradas na Bolívia (Juan Carlos Torrejón/EFE)
Agência de notícias
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 21h42.
presidente da Bolívia, Luis Arce, advertiu que "não cederá" diante dos protestos que estão bloqueando vias pelo país. Os manifestantes, em sua maioria apoiadores do ex-presidente Evo Morales, estão pressionando o governo para suspender as investigações contra Morales, que é acusado de abuso sexual.
“Vamos fazer valer a estabilidade dos bolivianos (...) não vamos ceder diante daqueles que querem incendiar o país para se proteger de acusações pessoais às quais devem responder”, disse Arce em evento com autoridades em La Paz.
Os camponeses, que apoiam Morales e negam as acusações contra ele, aumentaram os bloqueios de estradas. Os manifestantes exigem "o fim da perseguição judicial" e o reconhecimento de Morales como candidato oficial para as próximas eleições.
Até o momento, 14 bloqueios foram registrados em diferentes regiões do país, isolando o departamento de Cochabamba, base política de Evo Morales. Houve confronto entre manifestantes e a polícia, que usou gás lacrimogêneo para liberar as vias.
Além do caso de Morales, os protestos também são motivados pela crise econômica. A escassez de combustíveis e a falta de dólares têm gerado insatisfação popular. Em carta enviada ao presidente Arce, os manifestantes exigiram diálogo e o fim das acusações contra Morales.
Morales enfrenta uma possível ordem de prisão após ter se recusado a prestar depoimento ao Ministério Público. O ex-presidente classificou as acusações como "mais uma mentira".
A investigação contra Evo Morales começou após denúncias de que ele teria se relacionado com uma menor de idade durante seu mandato. Segundo a acusação, o ex-presidente teve uma filha com a menor em 2016. A defesa de Morales alega que o caso já foi arquivado e nega as acusações por falta de provas.
A crise política entre Arce e Morales tem se intensificado, com ambos disputando influência dentro do partido e do governo. Morales já cumpriu três mandatos presidenciais, e sua candidatura nas próximas eleições é questionada devido à limitação imposta pela Constituição.