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Arábia Saudita proíbe fumar nos lugares públicos

Em comunicado divulgado pela agência oficial de notícias "SPA", o Ministério do Interior saudita explicou que decidiu endurecer a lei "pelo bem do povo"

Cigarro: segundo dados oficiais deste ano, a Arábia Saudita gasta cerca de US$ 3,5 bilhões por ano no tratamento das doenças causadas pelo tabaco no país (Stock Xchng)

Cigarro: segundo dados oficiais deste ano, a Arábia Saudita gasta cerca de US$ 3,5 bilhões por ano no tratamento das doenças causadas pelo tabaco no país (Stock Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 17h56.

Riad - O governo da Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira a aprovação de um pacote de medidas entre as quais aparecem a proibição de fumar em lugares públicos e da venda de tabaco a menores de 18 anos de idade.

Em comunicado divulgado pela agência oficial de notícias "SPA", o Ministério do Interior saudita explicou que decidiu endurecer a lei "pelo bem do povo", devido aos danos que o tabaco representa para a saúde e para a economia.

Assim, fica proibido vender tabaco a menores de 18 anos ou fumar em lugares públicos fechados e em instituições governamentais.

O ministro do Interior saudita, Ahmed bin Abdulaziz, afirmou que "A Arábia Saudita, por ser um país muçulmano, tem que ser uma referência para os outros países" e argumentou que a "sharia", ou lei islâmica, visa a preservar o dinheiro e os bens das pessoas.

O anúncio acontece em meio às celebrações pelo mês sagrado do Ramadã, durante o qual os fiéis não devem comer, beber, fumar ou manter relações sexuais do amanhecer até o pôr-do-sol.

Há poucos dias, o governo saudita advertiu que expulsará os moradores estrangeiros que comerem, beberem e/ou fumarem em público durante o Ramadã.

Nas ruas de Riad, alguns sauditas manifestaram sua satisfação com esse tipo de medida restritiva, mas os fumantes ficaram bastante aborrecidos e criticaram a falta de continuidade de outras medidas alternativas à proibição do tabaco.


"É uma resolução civilizada e necessária para qualquer comunidade, mas por que não pensaram em alternativas?", disse à Agência Efe Tamer al Said, um saudita de 26 anos.

"Agora está fazendo muito calor e a maioria dos cafés e restaurantes estão fechados, porque é muito difícil ficar ao ar livre. Então aonde nós, fumantes, vamos?", questionou o jovem.

A proibição de fumar em lugares públicos afeta também o uso do tradicional cachimbo de água ou "shisha", embora já estivesse proibido há tempos nos bairros residenciais, e os cafés que o servem estão longe do centro da cidade e ao ar livre.

A Arábia Saudita, onde predomina uma interpretação rigorosa do islã, lançou nos últimos anos uma intensa campanha contra o hábito de fumar.

Com esse objetivo, várias clínicas e organizações foram construídas para informar os cidadãos sobre as consequências negativas do tabaco. E o preço do maço de cigarros subiu 60% em um ano, custando atualmente US$ 2,50.

Em 2007, o Ministério da Saúde do país árabe pediu às companhias internacionais de tabaco indenizações de um valor total de US$ 19 bilhões pelos danos causados pelo fumo.

Segundo dados oficiais deste ano, a Arábia Saudita gasta cerca de US$ 3,5 bilhões por ano no tratamento das doenças causadas pelo tabaco no país, que consome aproximadamente 15 bilhões de cigarros por ano, o equivalente a 500 cigarros por pessoa no ano (incluindo mulheres e crianças). 

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