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Arábia quer controlar mensagens on line no país

A Arábia Saudita pediu licença às operadoras móveis que atuam no país para trabalhar com os desenvolvedores de aplicativos para ajustá-los às leis locais

Google já dispõe de capacidades de chat por voz e vídeo, o que faria o Skype debandar pro Facebook (Mario Tama/Getty Images)

Google já dispõe de capacidades de chat por voz e vídeo, o que faria o Skype debandar pro Facebook (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2013 às 18h04.

Riad - A Arábia Saudita confirmou neste domingo que está tentando controlar o uso local de serviços como o Skype (que permite ligações e troca de mensagens instantâneas usando a internet) e o Whatsapp (aplicativo para celulares que permite troca de mensagens pela internet) e ameaçou tomar "ações apropriadas" se os fornecedores desses serviços não cumprirem as exigências do país.

O anúncio foi feito pela Comissão Saudita de Comunicação, Tecnologia e Informação, logo depois que a imprensa local relatou, citando autoridades não identificadas, que o governo local estava ameaçando bloquear o Skype e outros serviços semelhantes de mensagens on line caso o governo saudita não seja autorizado a monitorar as conversas de alguns usuários.

O movimento reflete o desconforto do governo saudita diante do avanço do uso de mídias sociais e de internet no país como novos meios de comunicação e expressão. Os sauditas estão entre os mais ávidos usuários do Twitter e do Youtube no mundo, de acordo com levantamentos feitos por essas companhias e por empresas de monitoramento.

"Um bando de velhos estúpidos. Se um aplicativo for bloqueado, outros surgirão", disse uma usuária identificada por Rana al Mohsen, em um comentário entre muitos feitos pelo twitter sobre o anúncio do governo.

"Você consegue ter uma clara sensação de uma ofensiva iminente", disse Matthew Reed, analista principal da Informa Telecoms e Media, em Dubai. "Parece ser um assunto relacionado à segurança, ou apenas a preocupação das autoridades sauditas de que há um momento de liberdade de comentários nas redes sociais".

A Arábia Saudita pediu licença às operadoras móveis que atuam no país para trabalhar com os desenvolvedores de aplicativos para ajustá-los às leis locais, disse o comunicado do governo.

No documento não é mencionada nenhuma ameaça de proibição total do Skype ou de outros serviços de internet, conforme divulgado anteriormente pela imprensa local.


As operadoras Saudi Telecom, Mobile Telecommunications, Zain Saudi Arábia e Etihad Etisalat não foram encontradas para comentar o assunto neste domingo.

Ligações e e-mails para um representante regional do Skype também não foram respondidos até o fechamento desta matéria.

Um veículo árabe publicado em inglês noticiou neste sábado, usando a fala de autoridades não identificadas, que o país estava considerando pedir aos usuários do twitter que divulgassem os números de seus documentos.

Contudo, autoridades locais não comentaram a reportagem. O Grande Mufti, a maior autoridade religiosa do país, referiu-se aos usuários do twitter como "palhaços" no começo deste ano, depois que alguns criticaram autoridades sauditas.

Outros países, incluindo os Emirados Árabes Unidos, já fizeram tentativas de bloquear o Skype, disse Reed.

A aplicação frouxa desses bloqueios por parte do governo e a prevalência de redes privadas ou VPN (que permitem acesso remoto), permite que muitos continuem usando o Skype, apesar do bloqueio, acrescentou. "Esses programas têm sido tão amplamente adotados e são tão populares na região que será muito difícil bloqueá-los", disse Reed.

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