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Aquecimento global deixa Grande Barreira de Coral em situação "muito ruim"

Autoridades consideram o aumento da temperatura do oceano como a ameaça mais grave para a Grande Barreira de Coral

Oceanos: "A mudança climática se intensifica e é a ameaça mais grave em longo prazo para a região", dizem autoridades (Maerie/Getty Images)

Oceanos: "A mudança climática se intensifica e é a ameaça mais grave em longo prazo para a região", dizem autoridades (Maerie/Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 13h37.

Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 13h37.

A Austrália voltou a degradar as perspectivas para a Grande Barreira de Coral, considerando-as agora como "muito ruins", devido ao impacto cada vez maior do aquecimento global sobre este ecossistema único.

Em seu informe quinquenal, a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral cita o aumento da temperatura do oceano como a ameaça mais grave para este sítio declarado Patrimônio da Humanidade.

"O grave impacto das temperaturas recordes na superfície da água faz o estado do habitat do recife passar de 'ruim' para 'muito ruim'", afirma esta agência do governo.

"A mudança climática se intensifica e é a ameaça mais grave para as perspectivas em longo prazo da região", continuou.

"Uma ação mundial de envergadura para responder à mudança climática é crucial para desacelerar a degradação do ecossistema e o valor patrimonial do recife e ajudar em seu restabelecimento", insistiu o órgão.

Inscrita no Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1981, a Grande Barreira de Coral se estende por cerca de 2.300 quilômetros ao longo da costa nordeste da Austrália e constitui o mais amplo conjunto de corais do mundo.

A agência adverte que o sítio enfrenta ameaças "múltiplas, que aumentam e se agravam". Cita, em especial, o escoamento de resíduos agrícolas e os estragos causados pela estrela-do-mar púrpura, uma devoradora de corais que proliferou devido à poluição.

A Autoridade explica que esta piora nas perspectivas para a Grande Barreira reflete a deterioração, desde 2014, de mais porções de todo o conjunto.

Em 2016 e em 2017, foram registrados dois episódios de branqueamento sem precedente de seus corais, um fenômeno atribuído ao aquecimento do planeta.

Janela de oportunidade

"Atualmente, estamos diante de uma janela de oportunidade para permitir uma melhora em longo prazo da Grande Barreira", afirma a agência.

Há anos, o governo conservador australiano é alvo das críticas de ONGs por sua inação na luta contra a mudança climática. O governo - afirmam essas organizações - prioriza a mineração e as exportações destes recursos fósseis, base do êxito econômico australiano.

A publicação deste relatório da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral se dá no mesmo dia em que o governo divulgou novos números sobre as emissões australianas de gases causadores do efeito estufa. Elas continuaram aumentando no primeiro semestre, uma tendência que dura 40 anos.

O governo disse que se atém às metas fixadas pelos protocolos internacionais, especialmente do Acordo de Paris e garante que a totalidade das emissões é inferior a vários países industrializados.

A ONU pediu para receber uma cópia do informe antes de dezembro. O documento será levado em conta pela Unesco quando a organização decidir, em 2020, manter, ou não, a Grande Barreira de Coral em sua lista de Patrimônio Mundial.

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