Primeiras colônias de corais branqueadas relacionadas ao aquecimento dos oceanos foram registradas na década de 90 (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
São Paulo - Segundo o pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Ruy Kikuchi, integrante de grupo de pesquisa Recifes Globais e Mudanças Globais, as primeiras colônias de corais branqueadas (perda da coloração por morte ou perda das algas) pelo aquecimento dos oceanos foram registradas na década de 90.
Desde então, os cientistas perceberam que os recifes de corais mais próximos da costa - menos de 5 quilômetros - são os que sofrem branqueamento mais intenso. "Eles ficam mais expostos ao que acontece na zona costeira", afirmou ontem (26) o pesquisador, durante palestra na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O branqueamento não é provocado apenas pela alteração térmica e nem significa a extinção do coral em todos os casos - depende do tempo da descoloração -, mas deixa os corais enfraquecidos. Ruy Kikuchi relatou que algumas espécies, por exemplo, retomaram a cor depois da normalização da temperatura da água.
No entanto, o surgimento de uma necrose em corais em Abrolhos, em 2005, provocado por um tipo de bactéria colocou os cientistas em alerta sobre o efeitos do aquecimento global nos recifes. Antes desse período, não havia registro de alteração nos corais da Bahia. "Estamos analisando se a bactéria [também] se prolifera com o aumento da temperatura", disse. O coral é um cnidário e forma colônias coloridas graças às algas pigmentadas.