Assentamento judeu de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental: entre os planos de construção aprovados em 2012 figuram 3.500 imóveis na polêmica zona E-1 (Ahmad Gharabli/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 10h49.
Jerusalém - A aprovação aos planos de construção de assentamentos nos territórios palestinos por parte das autoridades israelenses cresceu 300% em 2012 em comparação com os dois anos precedentes, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela ONG israelense Peace Now.
No ano passado foi aprovada a construção de 6.676 imóveis em assentamentos, a grande maioria deles ao leste do muro que separa Israel e Cisjordânia, de acordo com o documento.
Em 2011, foi aprovada a construção de 1.607 casas, e em 2010, apenas 50, devido à moratória de nove meses estabelecida neste ano para encorajar os palestinos a comparecerem à mesa de negociações.
Entre os planos de construção aprovados em 2012 figuram 3.500 imóveis na polêmica zona E-1, entre Jerusalém Oriental e o grande assentamento israelense de Male Adumim, além de 523 na nova colônia de Gevaot e mais de 500 na de Itamar, ambas na Cisjordânia, segundo a ONG.
O relatório da Peace Now indica também que no ano passado se iniciou a construção de 1.747 casas na Cisjordânia, mais de um terço ao leste do muro.
Além disso, a entidade informa que quatro novos assentamentos sem permissão das autoridades israelenses foram criados em 2012, um como uma extensão de Itamar e outros três próximos das cidades palestinas de Ramala, Qalqilyah e Nablus. Nestes últimos foram erguidos 317 imóveis sem permissão.
Israel lançou uma intensa campanha de colonização nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia em resposta ao reconhecimento da Palestina como Estado observador pela Assembleia Geral da ONU em 29 de novembro.
No mês passado, Israel deu sinal verde à construção de um bloco de 5.500 casas nos assentamentos em Jerusalém Oriental de Ramat Shlomo, Gilo e Givat Hamatos.
Israel considera estes locais como bairros da cidade, enquanto para a comunidade internacional se trata de colônias ilegais em território palestino ocupado.