Etiópia: a polícia deteve 400 pessoas acusadas de incitar a violência (Tiksa Negeri/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 15h50.
Adis Abeba - Pelo menos 30 pessoas morreram após os enfrentamentos e protestos que começaram no final de semana perto de Adis-Abeba, capital da Etiópia, entre jovens da maior etnia do país, a oromo, e membros de outros grupos étnicos, após o regresso de integrantes do grupo opositor armado Frente de Libertação Oromo (OLF).
De acordo com o delegado-geral da Polícia Federal da Etiópia, Zeynu Jemal, cinco pessoas morreram nesta segunda-feira na capital em protestos por conta da violência dos últimos dois dias. As outras 25 mortes aconteceram na cidade de Burayu, a 10 quilômetros de Adis Abeba.
Moradores de bairros da parte noroeste da capital, no entanto, disseram à Agência Efe que as vítimas mortais poderiam chegar a 40.
A violência começou depois da volta de dirigentes e militantes da OLF no último sábado, um grupo independentista que há poucos meses era considerado uma organização terrorista pelo governo etíope.
Nesta manhã, milhares de cidadãos de Adis Abeba lotaram o centro da cidade para protestar contra as mortes, o vandalismo e as atrocidades que já provocaram centenas de deslocamentos.
A polícia anunciou que a detenção de 400 pessoas acusadas de incitar a violência, entre elas indivíduos que estavam preparados para incendiar construções.
Na quinta-feira passada, militantes oromos tentaram substituir várias bandeiras da Etiópia por bandeiras da OLF para preparar a capital para a chegada dos líderes exilados na Eritréia. Isto provocou brigas e o clima de conflito seguiu pela noite de sexta e pelo sábado, quando os dirigentes do partido independentista chegaram.
Criada em 1973, a OLF é uma organização que luta para promover a autodeterminação do povo oromo.