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Após vencer referendo, Erdogan quer pena de morte na Turquia

Presidente venceu referendo que vai transferir todo o poder executivo do país ao chefe de estado

Erdogan: presidente turco prometeu que, se o congresso não aprovar a volta da pena de morte, vai convocar outro referendo (Yasin Bulbul/Presidential Palace/Handout/Getty Images)

Erdogan: presidente turco prometeu que, se o congresso não aprovar a volta da pena de morte, vai convocar outro referendo (Yasin Bulbul/Presidential Palace/Handout/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de abril de 2017 às 06h47.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou a vitória do "sim" no referendo constitucional feito neste domingo (16), o que transferirá todo o Poder Executivo ao chefe de Estado. As informações são da agência de notícias EFE.

"Hoje a Turquia tomou uma decisão histórica em um debate que dura 200 anos e que é uma mudança muito séria em nosso sistema administrativo", disse o presidente em um discurso em Istambul.

"É sempre difícil defender uma mudança, e fácil manter o status quo, mas graças a Deus tivemos sucesso. Foram reformados apenas 18 artigos [da Carta Magna], mas as mudanças serão muito profundas".

Erdogan também expressou seu agradecimento ao primeiro-ministro, Binali Yildirim, dirigente do governante Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), que ele mesmo liderou até 2014, e também a Devlet Bahçeli, líder do direitista Partido de Ação Nacionalista (MHP), que respaldou a reforma apesar de uma forte oposição dentro sua legenda.

"A partir de amanhã, ao invés de nos metermos em discussões inúteis, devemos trabalhar. Os países estrangeiros também devem respeitar o resultado", disse o presidente turco.

Perante uma multidão que gritava seu nome, Erdogan voltou a prometer que, se o Parlamento aprovar, ratificará a reintrodução da pena de morte, e, se não houver uma maioria suficiente no Legislativo, convocará um referendo.

A União Europeia (UE) deixou claro que, se Turquia reintroduzir a pena de morte, daria por concluído o processo de adesão do país, pois ofenderia uma das condições para ser membro do bloco.

Por fim, Erdogan lembrou que as mudanças aprovadas entrarão em vigor em 2019, ao final das próximas eleições gerais e presidenciais, e disse que, "até então, todo mundo tem tempo de preparar-se".

"Estamos unidos. Todo mundo nos atacou. Vocês têm visto como o Ocidente nos atacou, mas não nos dividiram, enchemos as urnas", disse Erdogan perante seus seguidores.

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