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Após traumas do 11 de setembro, EUA não querem mais guerras

Presidente americano afirmou que embora ainda existam ameaças, escolheu a opção de "não atuar precipitadamente"


	Presidente dos EUA, Barack Obama: EUA são agora mais seguros que antes do fatídico dia dos ataques da Al Qaeda, disse
 (Jason Reed/Reuters)

Presidente dos EUA, Barack Obama: EUA são agora mais seguros que antes do fatídico dia dos ataques da Al Qaeda, disse (Jason Reed/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 22h25.

Washington - Passaram 12 anos desde que os atentados de 11 de setembro de 2001 mudaram os Estados Unidos e uma prova disso é como o governo do presidente Barack Obama, "cansado da guerra", está enfrentando a possibilidade de um ataque na Síria.

Segundo indicou Obama em entrevista à "CNN" na segunda-feira, os EUA são agora mais seguros que antes do fatídico dia dos ataques da Al Qaeda sobre Nova York, Washington e Pensilvânia, e embora ainda existam ameaças, escolheu a opção de "não atuar precipitadamente", uma das lições de uma década de conflitos.

No dia 20 de setembro de 2001, ainda com Washington e Nova York fumegantes e em estado de choque, os talibãs no Afeganistão tentaram evitar no último momento o início dos bombardeios americanos sobre seu território pedindo a Osama bin Laden que abandonasse o país, onde se refugiava.

Mas, para a Casa Branca de George W. Bush era tempo da "ação, não das palavras", apesar de ter assegurado em um primeiro momento que entregar Bin Laden e outros membros da Al Qaeda evitaria a guerra. A opinião pública referendava os bombardeios com arrasadores 90% de apoio.

Os atentados de 11 de setembro de 2001, o ataque mais grave sobre solo americano, justificaram uma resposta militar, policial e política sem precedentes.

Essa predisposição para a ação de 12 anos atrás se esgotou, a julgar por como Obama e o Congresso dividido estão administrando a resposta ao suposto uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al Assad.

Agora o presidente e sua equipe mediram muito bem seus passos na hora de avançar rumo a uma intervenção militar no exterior, para o que terminaram pedindo a autorização do Congresso, cujas deliberações se puseram inesperadamente em suspenso, à espera de uma solução diplomática.


"A história nos ensinou que os conflitos no Oriente Médio não são simples, fáceis ou limpos. Uma intervenção como essa tem que representar uma alta ameaça para a segurança nacional e interesses diplomáticos e morais e isto não acontece na Síria", escreveu em uma coluna de opinião a congressista Tulsi Gabbard, veterana da Guerra do Iraque.

Que estes são outros tempos está provado pela rápida recepção em Washington da proposta russa para que o regime sírio, acusado de matar mais de 1.400 pessoas com armas químicas no final de agosto, evite um ataque militar se aceitar um plano de desarmamento confuso e com poucas garantias.

Os atentados de 11 de setembro ainda estavam frescos na mente dos americanos quando em 2003 o governo Bush atacou o Iraque com 73% de apoio público, com o argumento, que se demonstraria infundado, que seu presidente, Saddam Hussein, era uma ameaça para a segurança nacional por possuir armas de destruição em massa, entre elas armas químicas.

O desencadeante dessa guerra foi exatamente o descumprimento no final dos anos 1990 por parte do regime iraquiano de seus compromissos de desmantelar seus arsenais sob supervisão da ONU.

Com 55% da opinião pública contrária a intervir na Síria, esse tortuoso processo de controle e destruição de armamento poderia repetir-se, porque como disse esta semana o secretário de Estado, John Kerry, "é claramente a opção preferível", se for alcançada com garantias.

Após mais de uma década de guerra no Afeganistão e no Iraque e mais de seis mil mortos, os EUA preferem evitar uma ação militar de consequências imprevisíveis, consciente que a opinião pública não quer voltar a embarcar em custosos desdobramentos de resultados pouco tangíveis.

Na opinião de Obama, "o que assistimos na última década (desde o 11 de setembro) é o heroísmo de nossas tropas, aos enormes sacrifícios deles e suas famílias".

No entanto, advertiu também o presidente, as principais ameaças dos EUA seguirão presentes "especialmente fora de nossas fronteiras".

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