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Após saída de premiê, presidente do Iêmen também renúncia

Secretário da presidência disse que Abdo Hadi enviou carta à Assembleia Legislativa na qual acusou diferentes forças políticas de "falta de responsabilidade"


	Abdo Rabbo Mansour Hadi: presidente do Iêmen apresentou nesta quinta-feira sua renúncia
 (Mohamed al-Sayaghi/Reuters)

Abdo Rabbo Mansour Hadi: presidente do Iêmen apresentou nesta quinta-feira sua renúncia (Mohamed al-Sayaghi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 16h45.

Sana - O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, apresentou nesta quinta-feira sua renúncia pouco depois do anúncio de que o primeiro-ministro Khaled Bahah deixou o cargo e denunciou que o país está "em um beco sem saída".

O secretário da presidência, Yahia al Arasi, disse à Agência Efe que Hadi enviou uma carta à Assembleia Legislativa na qual acusou as diferentes forças políticas de "falta de responsabilidade".

Mansour Hadi, que assumiu a presidência em 25 de fevereiro de 2012, após a renúncia de seu antecessor, Ali Abdullah Saleh, influenciada pelos protestos populares de 2011, afirmou se sentir "humilhado" e ter passado "grandes sofrimentos" durante seu mandato.

Em carta, Hadi advertiu que os episódios de setembro do ano passado, quando os combatentes do movimento xiita do clã houthi ocuparam vários pontos da capital, Sana, "afetou o curso normal" da transição política no Iêmen.

O chefe de Estado, que pediu perdão a todos os iemenitas, reconheceu "não ter sido capaz de cumprir os objetivos pelos quais aguentou um grande sofrimento" durante o tempo no poder.

Diante da inexistência de um vice-presidente e como contempla a atual constituição iemenita, a presidência será ocupada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Yahia al Raie, após este aceitar a renúncia de Hadi, o que deve acontecer no próximo sábado em sessão urgente da Assembleia Legislativa, conforme informou à Efe uma fonte parlamentar.

Os houthis e Hadi chegaram ontem a um acordo de cessar-fogo para tentar apaziguar a crise, que está conduzindo ao país a um possível conflito armado.

Os combatentes xiitas tomaram o controle nos últimos meses de sete províncias do Iêmen, incluindo a capital, Sana, onde os níveis de tensão aumentaram nesta semana com o ataque às sedes presidenciais.

Atualizado às 17h45.

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