Ex-presidente também disse afirmou que nunca foi sua intenção "justificar a situação no país caribenho" (Norberto Duarte/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2019 às 16h29.
Última atualização em 2 de maio de 2019 às 16h44.
Com a repercussão negativa da declaração de que venezuelanos "não devem ficar na frente de blindados", o ex-presidente do Uruguai José Mujica voltou a público para explicar sua declaração. Mujica foi acusado de colocar sobre as vítimas a culpa de ser atingida pelos taques conduzidos por militares leais ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante protestos na Venezuela nesta terça-fera, 30.
"O que eu disse é que você nunca deve ficar na frente dos tanques porque o condutor pode ser um louco. É preciso levar em consideração que há pessoas neste mundo com um caminhão que atropelam uma multidão. Eu não estou justificando nada, só estou tentando educar as pessoas ", afirmou ao semanário uruguaio Búsqueda, o mesmo ao qual havia feito a primeira declaração.
Nesta quarta, 1, Mujica disse: "(As pessoas) não devem ficar na frente dos blindados. Se você vai às ruas, se expõe."
O ex-presidente também disse afirmou que nunca foi sua intenção "justificar a situação no país caribenho" e completou: "o que está acontecendo na Venezuela é uma selvageria. Como vou justificar essa selvageria? Até roubaram alguns tanques".
No dia 30, um militante pró-Juan Guaidó foi atropelado e morto durante ato público em Caracas por um blindado da GNB. O modelo VN4 Rhinoceros, de 5,7 toneladas, é armado com uma metralhadora 12.7 mm. Nas versões venezuelanas a torre de ataque é equipada também com disparadores de granadas de gás - a munição lacrimogênea é comprada no Brasil, da Condor Tecnologias Não Letais.