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Após recuperação, Carrefour procura se expandir na África

A empresa fez uma parceria com a distribuidora CFAO SA para abrir lojas em oito países africanos até 2015


	Logomarca do Carrefour: a expansão da Carrefour SA na África aparentemente contradiz a estratégia do presidente da empresa de focar-se nos mercados mais importantes
 (John Kolesidis/Reuters)

Logomarca do Carrefour: a expansão da Carrefour SA na África aparentemente contradiz a estratégia do presidente da empresa de focar-se nos mercados mais importantes (John Kolesidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 14h12.

Accra, Paris e Johanesburgo - Para fazer suas compras da semana, Joana Bimpong passa quatro horas perambulando entre as barracas do Mercado Makola, em Accra. A ganesa sonha fazer tudo em um único lugar.

“Adoraria comprar tudo num supermercado formal”, diz Bimpong, 40, enquanto coloca duas sacolas no chão para acomodar o filho nas costas.

A demanda reprimida de compradores africanos como ela atraiu a Carrefour SA a entrar numa região com um bilhão de habitantes e previsão de crescimento ao triplo do ritmo dos EUA no ano que vem. O varejista de Boulonge-Billancourt, França, que passou boa parte dos últimos dois anos abandonando mercados que não conseguiu dominar, fez uma parceria com a distribuidora CFAO SA para abrir lojas em oito países africanos até 2015.

Após o enorme aumento e o fracasso final das últimas três décadas de crescimento do setor – só no ano passado a Carrefour SA teve que pagar 220 milhões de euros (US$ 294 milhões) para sair da Grécia– o presidente da Carrefour SA, Georges Plassat, escolheu um método mais seguro a respeito da África com a parceria com a CFAO, maior fornecedora de carros, caminhões e medicamentos do continente. Com a associação, Plassat espera evitar os empecilhos sofridos por concorrentes como a Wal-Mart Stores Inc. para se expandir fora da África do Sul: problemas de distribuição e falta de imóveis disponíveis.

Desenvolver uma rede sólida na África ajudaria Plassat a consolidar a recuperação de uma companhia que opera a menos de um terço do seu preço no final do século, quando os supermercados prometiam um crescimento robusto e a Carrefour SA entrava rapidamente em países como a Polônia e Cingapura. Desde que Plassat assumiu o cargo no ano passado, as ações da companhia subiram 71 por cento, impulsionadas pela saída de mercados como a Colômbia e a Grécia, e pela recuperação prometida na França, onde ainda realiza quase metade das suas vendas.


‘Marca de risco baixo’

A expansão da Carrefour SA na África aparentemente contradiz a estratégia de Plassat de focar-se nos mercados mais importantes. Contudo, a parceria com a CFAO ajuda a limitar riscos, explica Gildas Aitamer, analista na Planet Retail.

“A Carrefour SA não pode manter uma expansão sólida na África por enquanto”, disse Aitamer. “Mas pode lucrar com uma marca de baixo risco no continente”.

O primeiro projeto da CFAO com a Carrefour SA começará neste ano em Abidjan, Costa do Marfim, e deveria estar operativo em 2015, segundo a CFAO. Além da Nigéria e da Costa do Marfim, o acordo com a CFAO abrange Gana, Camarões, Congo, República Democrática do Congo, Gabão e Senegal.

Poder aquisitivo

Os ganhos potenciais são significativos: o PIB de Gana é 25 por cento menor que o do Brasil em 1976, ano em que a Carrefour SA entrou no país, segundo dados da Bloomberg Industries. No ano passado, a Carrefour SA gerou 11,3 bilhões de euros em vendas no Brasil.

Além do mais, as 18 principais cidades africanas terão um poder aquisitivo combinado de US$ 1,3 trilhão em 2030, em comparação com um consumo estimado de US$ 539 bilhões na França, segundo estima a McKinsey Co.

A Carrefour SA tem 4.635 lojas só na França, isto é, há muita margem para abrir centenas na África, disse Wayne McCurrie, gerente de portfólio da Momentum Asset Management em Johanesburgo.

“A África tem um número insuficiente de serviços varejistas formais”, disse McCurrie. “Há uma parte considerável da população que tem meios para fazer compras nessas lojas, mas que não tem opções disponíveis. Há muito interesse na África, por isso as companhias que não derem esse passo agora ficarão para trás”.

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